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No combate à covid, São Paulo espera que o governo federal faça a sua parte

Por Marco Vinholi
Atualização:
Marco Vinholi. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Quando a vacina do Butantan chegou aos braços dos brasileiros, em janeiro deste ano, uma onda de alívio e de esperança tomou conta dos lares paulistas. Finalmente, uma luz surgiu no longo túnel escuro da pandemia. A confiança renasceu, após um ano de tantas perdas e incertezas, e o otimismo voltou a brilhar nos olhos das pessoas. Mas, o Coronavírus não acabou. Avançamos e progredimos. Em suma: temos ainda um árduo caminho pela frente. Mesmo com a vacina, o vírus segue ativo, infectando milhares de paulistas todos os dias. Assim, precisamos de todos os recursos disponíveis para combatê-lo e salvar vidas.

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A população quer e merece o melhor tratamento de saúde, e o Governo do Estado de São Paulo tem despendido todos os esforços para que o cidadão que precisa de atendimento médico-hospitalar nesta pandemia o receba. O Governo Federal também deve fazer a sua parte; deve cumprir seu papel no pacto que une União, Estados e Municípios. Porém, num contraponto que esbarra na compreensão lógica, a esfera federal reduz significativamente seus investimentos em leitos para pacientes de Covid no Estado. Para se ter ideia, dos cerca de 5 mil leitos ativos em São Paulo, apenas 564 foram credenciados para receber recursos da União.

O Governo de São Paulo tem criado novos leitos em todas as regiões para atender à crescente demanda imposta pela segunda onda da pandemia. Somente em Bauru, por exemplo, uma das regiões do Estado mais atingidas pelo vírus, são cerca de 250 novos leitos. Contudo, se por um lado o Governo de São Paulo cria novos leitos, o Governo Federal os tira. Para se ter uma ideia do estrago, o Ministério da Saúde teria desabilitado mais de 3,2 mil Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para Covid - e isso, em meio à segunda onda da pandemia, que já matou mais de 2,2 milhões de pessoas em todo o mundo.

Na verdade, não é só São Paulo que passa pela navalha afiada da União. Todos os estados brasileiros estão sendo penalizados com essa triste situação.

Para conter o avanço do vírus e, também, da falta de sensibilidade do Governo Federal, nesta semana, o Governo de São Paulo solicitou ao Ministério da Saúde a habilitação de mais de 4 mil leitos de UTI para Covid. Hoje, o Estado detém 4.915 leitos ativos. Destes, apenas 564 têm patrocínio da União. Façamos as contas: isso significa que os leitos custeados pelo Governo Federal atualmente representam apenas 11% do total em funcionamento em São Paulo.

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Essa grande maioria de leitos sem habilitação de fundos federais tem um enorme custo. São R$ 210 milhões mensais - R$ 2,5 bilhões por ano. Algo que onera diretamente o Estado e os municípios que precisam arcar sozinhos com o custeio. Vale informar que o custo diário de um leito de UTI para Covid é de R$ 1,6 mil.

Apesar dos esforços da Secretaria de Saúde de São Paulo no tratamento de infectados por Coronavírus e na busca de garantias de assistência, com vistas a evitar o colapso no sistema de Saúde, o Estado necessita de apoio financeiro federal face às internações. Os números não me deixam mentir: o total de internados pela Covid em São Paulo hoje é de 12.980 pessoas. Destas, 7.023 estão em Enfermaria, e 5.957 em UTI.

Por outro lado, o Governo de São Paulo e as Prefeituras têm trabalhado em parceria para a abertura de novos leitos, em todas as regiões do Estado. Na castigada Bauru, o número de leitos de UTI para 100 mil habitantes foi elevado de 12,9 para 14,7 nos últimos dez dias. Vale lembrar que em Bauru nenhum leito de UTI é mantido pelo município ou pela União - todos são providos pelo Estado. Num esforço enérgico do Governo de São Paulo, Bauru e região estão já recebendo ao longo dos próximos dias 247 novos leitos, sendo 148 de UTI. Contudo e não menos importante: a aceleração da pandemia é intensa nos domínios bauruenses. Então, mesmo com o aumento de leitos, não se pode esquecer que, hoje, a ocupação em UTI por lá já chega a 90%.

De toda forma, o Executivo paulista segue firme no propósito de resguardar a saúde das pessoas e não se furtará a seguir trabalhando para não perder mais vidas para a maior pandemia deste século. Ao mesmo tempo, o Estado espera que os municípios respeitem as regras do Plano SP que visam impedir o avanço de casos, de internações e de mortes causadas pelo Coronavírus. O Governo de São Paulo espera, também, que a União se sensibilize com a situação e faça a lição de casa. Quando vidas estão em jogo, sempre há tempo para agir.

*Marco Vinholi, secretário de Desenvolvimento Regional do governo do Estado de São Paulo e presidente do Diretório Estadual do PSDB

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