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'Não sou presa da Lava Jato, mas gostaria que o Sr. me concedesse um HC'

Diretamente da cela 04 do Presídio Feminino de Brasília, uma carta de próprio punho com pedido de liberdade chega ao Supremo endereçada ao ministro Gilmar Mendes

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Por Luiz Vassallo
Atualização:

Reprodução da primeira carta Foto: Estadão

O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes tem sido o destinatário de cartas de uma detenta que pede a ele que lhe conceda um habeas corpus. Condenada por tráfico de drogas e sem recursos para pagar um advogado, Rosa Maria da Conceição apela a Gilmar em uma das cartas: "Não sou uma presa importante da Lava Jato, mas gostaria muito que o senhor me concedesse um HC".

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Rosa Maria afirma que assiste a "todas as entrevistas" do ministro - que já mandou soltar 16 alvos de desdobramentos da Operação Lava Jato no Rio - pela televisão. "O senhor é um homem muito justo (...) Sei que sou uma presa sem nenhuma importância, mas peço ao senhor uma oportunidade de sair e cuidar dos meus filhos", diz a detenta na correspondência.

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De acordo com Rosa Maria, sua filha passa por "problemas psicológicos". "O pai dos meus filhos é falecido e a situação fica mais difícil para eles e para mim (...) Fico no aguardo de uma resposta positiva."

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A carta, redigida de próprio punho em uma folha de caderno, chegou ao Supremo no dia 10 deste mês. A mensagem, que partiu da Cela 4, Bloco III, Ala C do presídio feminino de Brasília, foi enviada em 6 de janeiro. Uma correspondência anterior de Rosa Maria, com o mesmo pedido ao ministro, é datada de agosto do ano passado.

 Foto: Estadão

Reprodução da segunda carta Foto: Estadão

Apesar da insistência de Rosa Maria para que suas demandas por liberdade cheguem ao gabinete de Gilmar, os pedidos ficaram sob relatoria da presidente da Corte, Cármen Lúcia. A ministra, no entanto, negou seguimento aos recursos e mandou a Defensoria Pública auxiliá-la em sua defesa.

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Apesar de um habeas corpus poder ser redigido por qualquer pessoa, ele deve cumprir requisitos, alguns não preenchidos por Rosa Maria, segundo o STF.

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Pena. Rosa Maria foi presa em julho de 2012 e cumpre pena de 12 anos e 10 meses em regime fechado. Segundo a detenta relata na carta a Gilmar, sua progressão de pena deve ocorrer em maio deste ano.

Conforme a Secretaria de Segurança Pública e Paz Social do Distrito Federal, Rosa Maria divide a cela com outras 11 internas e "não faz parte das atribuições da Gerência de Análise Jurídica, responsável por acompanhar a execução da pena de cada interno de Execuções Penais sobre o cumprimento dessa pena, ajudar a pessoa que cumpre pena a escrever habeas corpus".

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