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Não fomos bem-sucedidos, diz Moro após comissão retirar Coaf da Justiça

Apesar de um intenso corpo a corpo do ministro entre os parlamentares, para convencê-los de que a instituição fica melhor no desenho atual, a comissão de deputados e senadores decidiu, por 14 votos a 11, transferi-la para o Ministério da Economia

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Por Breno Pires/BRASÍLIA
Atualização:

Sergio Moro. Foto: Adriano Machado/Reuters

Para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, o governo falhou na articulação para aprovar, na comissão que analisa a reforma ministerial do Congresso, a permanência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) dentro da estrutura do Ministério da Justiça. Apesar de um intenso corpo a corpo do ministro entre os parlamentares, para convencê-los de que a instituição fica melhor no desenho atual, a comissão de deputados e senadores decidiu, por 14 votos a 11, transferi-la para o Ministério da Economia.

"Na verdade, o Congresso tem a palavra sobre isso. Nós conversamos, dialogamos, tentamos explicar. Aparentemente, não fomos bem-sucedidos, pelo menos em relação à decisão da comissão", disse Moro a jornalistas após uma solenidade em que o Coaf homenageou pessoas atuantes no combate à lavagem de dinheiro. O político, no entanto, não jogou a toalha. "Sempre continuamos conversando com os parlamentares buscando o convencimento das nossas propostas."

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Comissão. Qualquer decisão que o Congresso tomar evidentemente vai ser respeitada. A posição que já externei anteriormente é que o Coaf fica melhor no Ministério da Justiça e Segurança Pública do que no da Economia. Mas, se essa for a decisão final do Congresso, vamos conversar depois com a Economia para ver a melhor forma de manter as estruturas e o trabalho que vem sendo realizado", disse ele.

Durante o evento do Coaf, em seu discurso, Moro já havia frisado que a decisão da comissão no Congresso "não é favorável" ao fortalecimento do órgão. "Independentemente do que aconteça, podem ter certeza que a politica do governo vai ser sempre de fortalecimento desse órgão. Não é política do Ministério da Justiça ou o do governo, na verdade é política de Estado", disse.

Preocupação. O ministro não respondeu se já há uma sinalização de que, caso a transferência do Coaf se confirme, a diretoria atual será mantida. O presidente atual, Roberto Leonel, indicado por Moro, falou em "preocupação" com a possível mudança para a Economia e disse que esperava continuar no órgão.

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"Estamos passando um momento em função da última notícia de preocupação em relação ao retorno ao Ministério da Economia, mas o trabalho técnico continua, continuará, dentro de uma política de defesa da sociedade e defesa da justiça. Esperamos todos continuar na equipe. Esperamos contar com todos num próximo evento ano que vem se deus quiser no MJSP", comentou Roberto Leonel.

O auditor da Receita Federal, que foi por anos responsável por comandar o setor de inteligência da Receita na Lava Jato em Curitiba, disse que a ideia é elevar o quadro de funcionários do Coaf a 100 pessoas até o final do ano.

"Esse é um objetivo que pretendemos, independentemente das questões políticas que se avizinham. Mas estamos mudando, algumas equipes, criamos diretoria de supervisão separando a diretoria de inteligência", disse à plateia formada por integrantes do órgão e homenageados.

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