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'Não é crível que barragens se rompam repentinamente', diz juíza que mandou prender cinco

Magistrada, que já bloqueou R$ 10 bilhões da Vale, determinou a prisão temporária de três funcionários da mineradora e dois engenheiros responsáveis pelo licenciamento da barragem de Brumadinho

Por Igor Moraes
Atualização:

Mais de 300 pessoas ficaram desaparecidas após rompimento de barragem em Brumadinho. Foto: Corpo de Bombeiros de MG

A juíza Perla Saliba Brito não acredita que barragens possam se romper de uma hora para outra. Na decisão que determinou as prisões temporárias cumpridas nesta terça, 29, dos engenheiros e funcionários da Vale envolvidos no licenciamento da barragem da mineradora em Brumadinho, a magistrada disse que os laudos assinados pelos investigados não correspondem com a verdade.

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"Os documentos acostados demonstram que os representados André Jum Yassuda, Cesar Augusto Paulino e Makoto Manba subscreveram recentes declarações de estabilidade das barragens, informando que aludidas estruturas se adequavam às normas de segurança, o que a tragédia demonstrou não corresponder o teor desses documentos com a verdade, não sendo crível que barragens de tal monta, geridas por uma das maiores mineradoras mundiais, se rompam repentinamente, sem dar qualquer indício de vulnerabilidade", diz a sentença.

Além dos mandados de prisão temporária, a juíza também decretou a apreensão dos celulares e autorizou a polícia a acessar todo o conteúdo das "mensagens de texto, agenda, dados e mensagens de áudio, vídeo e fotos constantes dos aparelhos, e em qualquer e todos os aplicativos existentes, em especial no WhatsApp".

Yassuda era diretor e Makoto Namba atuavam, respectivamente, como diretor e engenheiro da empresa alemã Tüv Süd. A polícia foi a três locais na capital paulista: a residência dos dois engenheiros e a sede da empresa.

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Outros três funcionários da Vale - César Augusto Paulino Grandchamp, Ricardo de Oliveira e Rodrigo Arthur Gomes de Melo - também foram detidos, na região metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais, eles estão diretamente envolvidos no licenciamento da barragem que se rompeu na última sexta-feira, 29.

A juíza Perla é a mesma magistrada responsável por duas decisões judiciais que bloquearam R$ 10 bilhões da Vale. Os cinco detidos serão ouvidos Ministério Público em Belo Horizonte. As prisões têm validade de trinta dias.

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