Redação
16 de janeiro de 2019 | 00h10
Ministro da Justiça, Sérgio Moro. FOTO: ERNESTO RODRIGUES/ESTADÃO
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, reiterou, nesta terça-feira, 15, não ser ‘apropriado fazer comentários’ sobre as investigações em torno de Fabrício Queiroz, ex-motorista do gabinete do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) à época em que o parlamentar ocupava cargo de deputado estadual no Rio de Janeiro. A declaração foi feita durante entrevista à GloboNews.
Moro afirmou que não deve dar declarações ‘seja para afirmar uma coisa em um sentido, ou no outro’.
“Eu sei que no passado houve ministros da Justiça que se sentiam à vontade como se fossem advogados de posições ou membros do governo. Eu acho que isso não cabe ao ministro da Segurança Pública e da Justiça. Cabe, sim, garantir que os órgãos de investigação e de controle possam agir com autonomia”, disse o ex-juiz.
O ministro ainda ressaltou que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), responsável por identificar as transações de R$ 1,2 milhão de Queiroz, estava ‘com uma estrutura reduzida’, mas que está sendo reforçado pelo atual governo. “O Coaf estava com 30 e poucas pessoas chegou a ter 60 no passado. Nós trouxemos ele para o Ministério da Justiça, aumentamos a estrutura dele. Aumentamos a capacidade de trabalho do Coaf e ele poderá trabalhar com toda a autonomia e liberdade, assim como órgãos de investigação.”
O ministro também afirmou que não deve ‘avocar’ o caso para a Polícia Federal. “Ele está sendo investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Isso tem que ser esclarecido perante os órgãos competentes. Não posso avocar o caso ao Ministério da Justiça.”
Sobre o presidente Jair Bolsonaro, Moro reiterou. “Eu acho que o presidente apresentou explicações no que se refere ao que foi identificado e os fatos estão sendo investigados e apurados.”
A investigação mira movimentação atípica de R$ 1,2 milhão atribuída pelo Coaf ao ex-assessor do filho de Bolsonaro quando ele ocupava cargo na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
O documento foi anexado pelo Ministério Público Federal à investigação que deu origem à Operação Furna da Onça, realizada no mês passado e que levou à prisão dez deputados estaduais da Assembleia do Rio.
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