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Na Revolução Digital, estratégia é produção

Por Florent Désidério
Atualização:
Florent Désidério. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), Operações On-Demand, Bots. É intrigante pensar que esses termos e subtermos até pouco tempo eram tendências tecnológicas distantes do nosso dia a dia, afinal, ainda gastávamos muito tempo com atividades operacionais. Como em todo processo, o tempo de maturação, a curva de aprendizado e a evolução dessas tecnologias avançaram, impulsionadas por soluções e dispositivos tecnológicos, e uma pandemia que colocou o mundo em home office, exigindo nova habilidade para profissionais acostumados à rotina operacional: o trabalho estratégico.

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Independentemente do setor ou segmento - saúde, educação, energia, automotivo, construção - o trabalho estratégico chegou de vez, para acalmar aquela angústia que vinha do pensamento: "será que vou perder meu emprego para um computador?". Não vai.

Ao contrário, as atividades passam por uma evolução. O trabalho é mais inovador, criativo e desafiante, porque a burocracia e repetição operacional estão sendo absorvidas pelas novas tecnologias. A mudança que estamos passando é muito semelhante com a que tivemos com a Revolução Industrial, que também foi um grande desenvolvimento tecnológico, com início na Inglaterra a partir da segunda metade do século XVIII e que se espalhou pelo mundo, causando grandes transformações.

Hoje, com a Revolução Digital, empresas e profissionais precisam novamente se adaptar e entender que toda essa transformação, no entanto, não significa apenas o uso de tecnologias. Mudam-se processos, organizações e mindset. Toda essa evolução digital vem para ajudar, em sua grande escala, em processos operacionais, repetitivos, burocráticos, com maior precisão e rapidez, liberando o profissional para ações mais estratégicas em uma empresa.

Um estudo publicado ano passado pela McKinsey Global Institute, destacava que metade das tarefas corporativas já pode ser realizada por robôs. O mesmo caminho foi apontado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), destacando que 47% das atividades operacionais tendem a ser trocadas pela automação. Isso não precisa ser assustador, pelo contrário.

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Imagine que você trabalha em uma área de compras de uma grande empresa e gasta em média sete horas do seu dia para analisar quatro opções de compra de um determinado produto. Você precisa pesquisar em catálogos, televendas, e-commerce e, em alguns casos, até fazer reuniões com fornecedores para discutir preços, entregas e facilidades. E mesmo assim, no final da operação, você ainda não tem certeza de que fez a melhor negociação. Pois é, isso ainda é muito comum nos dias de hoje.

São em casos como esse que a revolução digital vem para facilitar. Não que você terá um amigo humanoide que entende tudo Supply Chain ao seu lado, ao menos não por enquanto. O que já existe são soluções pautadas em Inteligência Artificial capazes de consolidar diversas negociações em rede, unificando várias metodologias que ao cruzar dados entre compradores e fornecedores consegue fechar, de maneira autônoma, uma melhor opção de compra, baseada não só em preços, como também em vantagens, valores de fretes ou condições de pagamentos mais favoráveis. Tudo em até 75% mais rápido e com economia em até 60%.

Com essa ajuda da tecnologia, o profissional responsável pela área, pode focar em questões mais estratégicas para a empresa. Esse é um exemplo, de uma realidade que conheço bem, mas em todos os setores há benefícios em automatizar processos operacionais e deixar com o profissional questões mais relevantes que necessitem de habilidades humanas, como criatividade, comunicação, competência emocional e ética, entre outras.

*Florent Désidério, fundador e CEO da Membran-i

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