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Na prisão da Lava Jato, Cabral tem a companhia de Vaccari, Cunha, Bendine...

Ex-governador do Rio chegou nesta sexta-feira, 19, à tarde no Complexo Médico-Penal em Pinhais, região metropolitana de Curitiba, onde já estão presos em regime preventivo ou condenados alguns dos principais protagonistas do escândalo de corrupção na Petrobrás

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Por Julia Affonso
Atualização:

Sérgio Cabral. 19/01/2018 - Foto: CASSIANO ROSÁRIO/FUTURA PRESS

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) chegou ao Complexo Médico-Penal, em Pinhais, região metropolitana de Curitiba, na tarde desta sexta-feira, 19. O emedebista foi transferido, por ordem judicial, do Rio para o presídio onde já estão seu colega de partido, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari e o ex-presidente da Petrobrás Aldemir Bendine.

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Cabral carrega em seu currículo três condenações judiciais que somam 87 anos de reclusão - deste total, 14 anos e dois meses por corrupção e lavagem de dinheiro foram impostos pelo juiz Sérgio Moro.

O ex-governador estava na cadeia pública de Benfica, zona Norte do Rio, mas os investigadores descobriram que ali o ex-governador levava uma vida de luxos e regalias - esta a causa de sua remoção para a prisão da Lava Jato, no Paraná.

Antes de chegar a Pinhais, Sérgio Cabral foi submetido a exames no Instituto Médico Legal. Ele estava com as mãos algemadas e os pés acorrentados. Seu defensor, o advogado Rodrigo Roca, protestou. "Esqueceram apenas de colocar o capuz e a corda. A defesa está indignada e estarrecida com tamanho espetáculo e crueldade."

Já passaram pelo Complexo Médico-Penal o ex-ministro Antonio Palocci (Governos Lula e Dilma/Fazenda e Casa Civil) e o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque. Eles estão, no momento, custodiados na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, base da grande investigação, tentando fechar acordos de delação premiada. Se o pacto avançar, podem ir para a rua. Se travar, devem retornar a Pinhais.

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Na quinta-feira, 18, os juízes federais Sérgio Moro, da 13.ª Vara Federal, em Curitiba, e Caroline Vieira Figueiredo, da 7.ª Vara Federal, do Rio, determinaram a remoção do ex-governador para o presídio no Paraná por causa de regalias na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, no Rio, onde o emedebista estava custodiado. Sérgio Cabral chegou a Curitiba no fim do dia.

Relatório do Ministério Público do Rio apontou luxos e muitas regalias na prisão em Benfica. A 11.ª Promotoria de Investigação Penal fiscalizou o local em 24 de novembro e destacou que na Galeria 'C', onde ainda estava preso Sérgio Cabral e onde estão outros alvos da Lava Jato havia 'linguiças fritas ainda quentes'. Os promotores encontraram 'alimentos in natura diversos de frutas, como queijos e frios, pó de café, chás e alimentos que necessitavam de preparo com calor dentro da cela'. O Ministério Público do Rio ajuizou ação civil pública por improbidade administrativa contra o ex-governador, o secretário de administração penitenciária, o subsecretário de gestão penitenciária, os diretores e subdiretores de Bangu VIII e da Cadeia Pública de Benfica, unidades prisionais que abrigaram o emedebista, em razão do tratamento diferenciado. O ex-governador foi alvo de dois mandados de prisão preventiva em novembro de 2016, um de Moro e outro do juiz federal Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal, do Rio, que comanda a Lava Jato no Estado. Cabral já esteve custodiado em Curitiba por cerca de uma semana, em dezembro de 2016.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE SÉRGIO CABRAL

O advogado Rodrigo Roca, que defende Sérgio Cabral, afirmou. "Sérgio Cabral está proibido de falar, com pés e mãos algemados. Esqueceram apenas de colocar o capuz e a corda. A defesa está indignada e estarrecida com tamanho espetáculo e crueldade."

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