Pepita Ortega e Fausto Macedo
10 de junho de 2022 | 14h58
Defesa diz que bloqueio de contas de Paola da Silva Daniel é indevido. Foto: Reprodução/Instagram
A defesa de Paola da Silva Daniel, mulher do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PTB-RJ), informou à Polícia Federal que a advogada não vai comparecer a depoimento marcado para as 15h desta sexta-feira, 10, na sede da corporação em Brasília.
A oitiva foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, para que se ‘esclareça as circunstâncias’ de uma transferência de R$ 100 mil, feita da conta de Silveira para a de Paola.
A operação foi realizada antes que bancos cumprissem ordem de bloqueio decretada contra o bolsonarista pelo descumprimento de medidas cautelares impostas no processo em que foi condenado por ataques contra a democracia. O parlamentar acumula R$ 645 mil em multas em razão das violações.
A advogada Mariane Cardoso, que representa Paola, diz que não há ‘condições de analisar a plausabilidade’ do comparecimento de sua cliente ao depoimento em razão de negativa de acesso ao procedimento em que a mulher de Silveira foi citada, o qual corre sob sigilo.
No âmbito de tal petição, que tramita no STF, o ministro Alexandre de Moraes mandou bloquear as contas da advogada Paola da Silva Daniel, registrando indícios do crime de favorecimento pessoal.
Em manifestação enviada ao gabinete do ministro nesta quarta-feira, 8, a defesa do deputado pediu o desbloqueio das contas de Paola. O principal argumento é que ela também é advogada no processo e que o congelamento das contas bancárias seria uma violação às prerrogativas profissionais.
O pedido diz ainda que, como mulher de Daniel Silveira, ela é “proprietária de parte dos bens”. “Razão pela qual é absolutamente lícita a transferência realizada, por ser transação entre cônjuges que partilham a vida e o patrimônio”, registra.
Segundo a defesa, em razão do bloqueio de suas contas, Paola está ‘sem recursos financeiros para sua sobrevivência e custeio de suas atividades profissionais.
A advogada do casal, Mariane Cardoso, afirma que compareceu ao Supremo nesta quinta-feira, 9, para obter cópia dos documentos sob sigilo ligados ao bloqueio de Paola e à quebra de sigilo bancário de Silveira, mas não conseguiu o acesso. Cardoso diz ainda que acionou procuradora da Ordem dos Advogados do Brasil para elaboração de Auto de Constatação de Violação de Prerrogativas.
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