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Mudança de emprego: o que deve ser avaliado pelo profissional de finanças em um processo seletivo

Por Felipe Brunieri e Guilherme Malfi
Atualização:
Guilherme Malfi e Felipe Brunieri. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Uma mudança de emprego é uma decisão extremamente relevante para a carreira e vida de qualquer profissional de Finanças. Para que essa mudança seja bem-sucedida, especialmente durante o processo seletivo, o Executivo deve realizar uma profunda reflexão sobre o seu futuro e todos os aspectos que o cercam, analisando como uma possível movimentação poderá impactar seus planos e sua trajetória.

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Os principais aspectos que devem ser avaliados minuciosamente dizem respeito a tudo que engloba a vaga em si. As atribuições da posição devem estar alinhadas à experiência prévia e aos conhecimentos técnicos já desenvolvidos - até mesmo para que a transição seja mais segura -, mas também precisam oferecer desafios que podem agregar valor à trajetória profissional, incluindo a participação efetiva em projetos ad hoc desvinculados das rotinas diárias normais, como iniciativas transformacionais, construtivas ou de crescimento inorgânico. A posição também deve possibilitar um bom nível de exposição interna, tanto em relação a outras áreas da companhia, quanto aos diversos níveis hierárquicos, e a área de Finanças, como um todo, deve possuir um papel relevante dentro da organização e ter voz ativa, ou seja, suas recomendações precisam ser deveras consideradas durante o processo de tomada de decisão do negócio. Ademais, é importante analisar as pessoas com quem irá trabalhar, não somente o estilo de liderança do gestor direto - que deve dar autonomia, delegar as atividades, colaborar, se posicionar quando necessário e possuir uma boa relação com seu time - e dos principais stakeholders com os quais irá interagir, mas também os perfis dos pares e dos membros da equipe abaixo. A nova empresa, por sua vez, também necessita de uma análise especial com o intuito de avaliar as reais perspectivas de ascensão profissional e o risco de a organização passar por um processo de venda, fusão ou descontinuidade de seus negócios. Além do momento pelo qual a companhia está passando, a situação do setor da economia em que está inserida e as informações financeiras sobre ela disponíveis ao mercado, é pertinente compreender mais a fundo os principais aspectos da sua cultura organizacional, tais como a ética, o propósito, os valores e a flexibilidade, e se há identificação com eles. No que diz respeito à trajetória profissional, o Executivo de Finanças necessita ponderar se o que a posição oferece está em linha com o seu plano de carreira em longo prazo, considerando o aprendizado técnico, a relevância dos projetos que conduzirá e as habilidades comportamentais que serão desenvolvidas.

Pela ótica pessoal, outra questão de extrema relevância a ser avaliada é o momento de vida. Uma transição de emprego para outra companhia é um período que normalmente demanda mais tempo e dedicação do profissional, haja vista os possíveis desafios de adaptação ao novo trabalho. Dessa forma, o Executivo necessita refletir se as circunstâncias pessoais possibilitam um dispêndio maior de tempo nessa fase. Outrossim, é importante refletir sobre a situação financeira e analisar se a remuneração proposta atende as suas expectativas, compensa o risco da mudança e está de acordo com os desafios do projeto.

Para que a avaliação sobre a mudança de emprego seja consistente e considere pontos que se aproximem ao máximo da realidade, existem algumas ferramentas que podem ser muito úteis. Uma das principais é a Internet, pela qual o Executivo em transição pode realizar uma vasta pesquisa sobre o setor e a companhia através de sites de busca, do próprio site da empresa ou de outras páginas em que é possível avaliar a reputação de organizações através de relatos anônimos de funcionários e ex-colaboradores. Outra opção interessante é o próprio networking do Executivo, em que profissionais que tenham trabalhado ou estejam trabalhando na companhia de interesse podem dar referências sobre ela ou, até mesmo, sobre o gestor direto. Por último, durante todo o processo seletivo, deve-se questionar não apenas os recrutadores da empresa sobre qualquer dúvida que surgir a respeito da vaga, do gestor, da equipe e da organização, de modo que não fique nenhum tópico pendente, mas também o headhunter que está liderando o projeto, uma vez que, por possuir um amplo conhecimento sobre o perfil profissional mais demandado por companhias de diversos segmentos, nacionalidades, portes e estruturas acionárias, pode analisar se a mudança, de fato, faz sentido ou não para a carreira do Executivo.

*Felipe Brunieri e Guilherme Malfi, sócios-fundadores da Assetz

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