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Motorista embriagado de vodka que matou cinco e feriu três no DF por 'gosto de aventura' pega 97 anos de prisão

Igor de Rezende Borges dirigia na contramão, em abril de 2008, na rodovia que liga Taguatinga à Brazlândia, quando bateu em outro carro

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Por Pepita Ortega
Atualização:

Imagem ilustrativa. Foto: Pixabay

O Tribunal do Júri de Águas Claras, no Distrito Federal, condenou Igor de Rezende Borges a 97 anos e um mês de prisão por provocar a morte de cinco pessoas e lesionar outras três, em decorrência de dirigir embriagado. Ele deverá cumprir a pena inicialmente em regime fechado, mas poderá recorrer da sentença em liberdade. A sentença foi dada na quarta, 23.

Até a apreciação de recurso, Igor deverá cumprir uma série de medidas cautelares, determinadas pelo juiz Paulo Afonso Correia Lima Siqueira, que assina a sentença.

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O condenado deverá comparecer ao juízo uma vez por mês, não pode sair do Distrito Federal sem autorização da Justiça e tampouco sair do País, devendo entregar seu passaporte.

Documento

A sentença

Segundo a denúncia do Ministério Público, no dia 27 de abril de 2008, por volta das 1h30, na rodovia que liga Taguatinga à Brazlândia, Igor começou a dirigir na contramão e bateu o carro em outro veículo, provocando a morte das cinco pessoas, e causando lesões corporais em outras três, que o acompanhavam.

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Mais cedo, Igor e seus três amigos estavam bebendo vodka e pegaram o carro para irem a uma festa. Segundo os autos, enquanto procuravam o local, Igor conduzia seu 'veículo de forma totalmente incompatível com as condições de tráfego e segurança'.

A denúncia diz que ele andava na contramão, fazendo com que veículos que estavam no sentido contrário desviassem. Também chegava muito perto das pessoas que estavam no acostamento da via, tirando 'finas'.

A denúncia aponta ainda que os passageiros de Igor o alertaram sobre os perigos aos quais estava expondo a todos, mas ele teria respondido que 'gostava de aventura' e desatendeu aos apelos dos colegas.

"Desatendendo aos apelos dos demais ocupantes de sua 'máquina mortífera', deu continuidade à condução incompatível, até que causou colisão com o veículo ocupado por Paulo José, Elilde Costa, Ana Telma, Josiane Monteiro e Paulo da Silva, matando os quatro primeiros e ferindo o último, além de matar Ingrid e ferir Márcio Alves e Gracyelle Tamirys, estes ocupantes de seu automóvel", diz a acusação.

O Ministério Público registrou ainda: "O denunciado agiu para satisfazer o seu sentimento de aventura, praticando conduta perigosa e desregrada em busca de prazer, sem se importar com o risco que várias pessoas que transitavam pelo local se viam obrigadas a correr em razão de seu comportamento, restando caracterizado, o motivo torpe".

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O juiz Paulo Afonso Correia Lima Siqueira, presidente do Júri, entendeu que havia 'elevadíssimo grau de reprovabilidade da conduta do acusado'.

Segundo testemunhas, Igor teria sido 'indiferente' às vitimas do acidente. "O acusado não demonstrou qualquer tipo de remorso ou preocupação em tentar minimizar os efeitos de sua conduta delitiva, pelo contrário, a todo momento demonstrou preocupação apenas com os danos materiais por ele sofridos", registra.

O magistrado considerou que o comportamento de Igor foi 'reprovável e egoístico'.

COM A PALAVRA, A DEFESA

A reportagem tentou contato, por telefone, com os advogados de Igor de Rezende Borges. O espaço está aberto para manifestações.

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