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Morte de Ruth Bader Ginsburg repercute entre autoridades do Brasil

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, a ministra Maria Elizabeth Rocha, do Superior Tribunal Militar, e integrantes do STF se manifestaram sobre a morte da juíza da Suprema Corte americana

Por Rafael Moraes Moura
Atualização:

A juíza Ruth Bader Ginsburg e sua revolução silenciosa. Foto: Stapleton/Reuters

A morte da juíza da Suprema Corte americana Ruth Bader Ginsburg, ícone dos direitos das mulheres nos Estados Unidos, repercutiu nesta sexta-feira (18) entre autoridades do meio político e jurídico do Brasil.

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Ruth morreu nesta sexta-feira, aos 87 anos. Desde o início da carreira, a trajetória de Ginsburg, ou RBG como ficou conhecida no país, esteve ligada ao fim da discriminação contra mulheres. Segundo a Suprema Corte americana, a magistrada morreu nessa tarde em Washington, cercada por parentes, em decorrência de complicações de um câncer no pâncreas.

"Hoje os EUA perderam a juíza Ruth Ginsburg, decana da Suprema Corte, uma das vozes mais relevantes na luta pelos direitos das mulheres, meio ambiente e minorias. Que a luta e os ensinamentos dela permaneçam acesos na sociedade. Hoje, mais do que nunca, a agenda que ela sempre defendeu é urgente em todo o mundo", escreveu o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em sua conta no Twitter.

O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello, disse ao Estadão que os "grandes magistrados, como a 'Justice' Ruth Bader Ginsburg, nunca morrem".

"Nunca partem e jamais se vão, pois permanecem na conscie?ncia e no corac?a?o dos cidadãos a quem serviram com o exemplo de sua integridade pessoal e de sua atuação independente, construindo caminhos, afastando intolerâncias, reconhecendo direitos, protegendo minorias e iluminando, desse modo, para sempre, a vida das presentes e futuras gerações com a grandeza do seu legado que moldou destinos, que transformou práticas sociais injustas, que repeliu discriminações e que definiu os rumos de uma sociedade aberta, plural e democrática", afirmou o decano.

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Em nota, o presidente do STF, Luiz Fux, disse que recebe com "pesar" a notícia da morte da juíza.

"Sua atuação na defesa da igualdade de gênero, das minorias e do meio ambiente está entre as marcas de sua trajetória seja na advocacia, seja na magistratura da mais alta Corte do Estados Unidos da América.  O STF teve o privilégio e a honra de homenagear Ruth Ginsburg, em maio do ano passado, ao exibir em sessão especial no edifício-sede do Supremo o documentário 'A Juíza', que retrata a atuação desta notável jurista.  Meus sentimentos aos familiares, amigos e a todo povo americano", afirmou Fux.

O documentário sobre a trajetória de RBG, indicado a 2 Oscars no ano passado, teve sessão lotada e ingressos disputados no STF antes de entrar em cartaz nos cinemas brasileiros.

Caminho. Única mulher a integrar o Superior Tribunal Militar (STM) desde a sua criação, em 1808, a ministra Maria Elizabeth Rocha afirmou ao Estadão que Ruth "'foi uma predestinada, uma magistrada que ao julgar tinha em 'conta não a temperatura do dia, mas o clima de uma era', segundo suas próprias palavras".

"Ruth Bader Ginsburg, a decana da Suprema Corte dos Estados Unidos, morreu ao anoitecer do dia 18 de setembro de 2020, quando se celebra o Rosh Hashaná ou o ano novo judaico, quando Deus determina o destino de cada um para o ano que se inicia. Não foi casual", escreveu Maria Elizabeth Rocha.

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"Ninguém melhor do ela simbolizou os avanços e as mudanças da modernidade, seja em suas decisões na Corte, seja em sua biografia. Uma mulher que jamais se intimidou diante da discriminação e abriu caminho para tantas de nós!  Avenu Malkeinu à Juíza da liberdade, the Notorious RGB!", afirmou a ministra.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, por sua vez, destacou que Ruth "marcou época como advogada e como juíza".

"A história é um processo social coletivo. Mas há pessoas que fazem toda a diferença", disse Barroso.

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