A ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva, mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, morreu nesta sexta-feira, 3, no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde estava internada desde terça-feira, 24, vítima de complicações de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Boletim médico do Sírio informou que Marisa, de 66 anos, morreu às 18h57. A nota de falecimento de Marisa é subscrita pelos doutores Antonio Antonietto, diretor de Governança Clínica do Hospital Sírio-Libanês, e Miguel Srougi, diretor clínico.
A família autorizou a doação dos órgãos. O velório será realizado neste sábado, 4, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo.
Ela deixa quatro filhos, um de seu primeiro casamento e três do casamento com Lula.
Marisa estava em sua casa, no edifício Hill House, em São Bernardo do Campo, na tarde de terça, quando passou mal e foi levada ao Hospital Assunção, na cidade. Com sangramento cerebral ela foi removida para o Sírio e submetida a um cateterismo para estancar a hemorragia, mas não resistiu.
Com ascendência italiana por parte do pai e da mãe, Marisa nasceu em 7 de abril de 1950 em São Bernardo do Campo (SP). De origem humilde, sua família morava em uma casa de pau-a-pique e chão batido em uma época em que o município ainda era um matagal.
Começou a trabalhar aos nove anos como babá, aos treze tornou-se embaladora de bombons da fábrica Dulcora. Oito anos depois, saiu do emprego para casar com Marcos, um motorista de caminhão e de táxi que acabou sendo assassinado durante um assalto, quando Marisa estava grávida de quatro meses de seu primeiro filho, Marcos Cláudio.
Em 1973, conheceu Lula, na época também viúvo, quando foi até o Sindicato dos Metalúrgicos buscar um carimbo para retirar sua pensão. No ano seguinte eles se casaram, tiveram três filhos -Luis Cláudio, Fábio Luis e Sandro Luis - e ficaram juntos desde então.
Conhecida pelo 'sangue quente', dona Marisa era quem cuidava das finanças da casa e 'quem mandava' no lar, segundo relatos do próprio ex-presidente.
Avessa aos holofotes, ajudou a militar na época da formação do PT. Responsável pelas fichas de inscrição da sigla na época, muitas vezes ela ia cadastrar as pessoas na rua, buscando convencê-las da importância de montar um partido dos trabalhadores.
Das campanhas eleitorais de Lula à Presidência, ela começou a participar mais ativamente, viajando ao lado do marido e até subindo nos palanques. Na jornada de 2002, quando o marido elegeu-se pela primeira vez presidente do Brasil, ela ajudou Lula a melhorar sua imagem junto ao eleitorado feminino. Com a vitória do petista, tornou-se a primeira ex-babá a virar primeira-dama do País.
