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Moro dá mais 15 dias para PF concluir inquérito sobre Sérgio Cabral

Magistrado atendeu pedido da PF, que alegou 'análise da grande quantidade de material apreendido'; ex-governador está preso desde 17 de novembro no Complexo de Bangu, no Rio

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Por Julia Affonso e Mateus Coutinho
Atualização:

Sérgio Cabral - 2013 - Foto: Marcos Arcoverde/Estadão Conteúdo

O juiz federal Sérgio Moro atendeu pedido da Polícia Federal e deu mais 15 dias para conclusão do inquérito que investiga o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) na Operação Lava Jato. O magistrado alertou que não haverá nova prorrogação.

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"Defiro o requerido e concedo prazo de mais 15 dias para conclusão do inquérito (até 16/12/16). Alerto que não haverá nova prorrogação e é desejável que não seja utilizado todo o prazo, dada a proximidade do recesso judicial", decidiu o juiz Moro.

Ao pedir a Moro a prorrogação do inquérito, a Polícia Federal alegou 'existência de diligências pendentes, dentre as quais análise da grande quantidade de material apreendido'. O Ministério Público Federal deu parecer favorável ao pedido da PF.

Moro considerou 'razoável' a solicitação.

"Foram cumpridos, ainda, por ordem do Juízo Titular, e a pedido da PF e do MPF, dezenas de mandados de busca e apreensão, na data de 17 de novembro de 2016, data da deflagração desta operação. Razoável, então, não ter havido tempo hábil para a análise de todo o material apreendido, conforme noticia a autoridade policial, sendo salutar a concessão do prazo adicional previsto em lei para a finalização da investigação", afirmou o magistrado.

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"Apesar das provas já referidas na decisão em questão, apontando, em cognição sumária, provas de materialidade de crimes e indícios de autoria em relação ao investigado, afigura-se salutar conceder mais tempo à Polícia Federal para melhor análise do material apreendido."

Documento

MAIS 15 DIAS

Sérgio Cabral, preso na Operação Calicute - desdobramento da Lava Jato -, em 17 de novembro, é investigado em duas frentes: uma em Curitiba e outra no Rio. O peemedebista está custodiado no Complexo de Bangu, no Rio.

A força-tarefa da Lava Jato, no Paraná, apura pagamento de propina ao ex-governador peemedebista em decorrência do contrato celebrado entre a empreiteira Andrade Gutierrez e a Petrobrás, sobre as obras de terraplanagem no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

No Rio, Sérgio Cabral é investigado pela Lava Jato por corrupção na contratação de diversas obras conduzidas no governo do peemedebista, entre elas, a reforma do Maracanã para receber a Copa do Mundo de futebol de 2014, o PAC Favelas e o Arco Metropolitano, financiadas ou custeadas com recursos federais.

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Nesta sexta-feira, 2, a Polícia Federal indiciou Sérgio Cabral, sua mulher, a advogada Adriana Ancelmo, e outros 14 investigados no inquérito relativo à primeira fase da Operação Calicute. Os crimes vão de corrupção passiva e ativa e organização criminosa a lavagem de dinheiro.

A PF informou que serão instaurados outros inquéritos para aprofundamento de novas vertentes da investigação. Entre os crimes que poderão ser investigados mais adiante, segundo apurou o Estado, estão a concessão de incentivos fiscais pelo Estado do Rio a empresas privadas, como joalherias, sonegação fiscal e evasão de valores para o exterior.

 

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