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Moro dá 3 dias a Vaccarezza para entregar carta de fiança à Lava Jato

Ministério Público Federal quer contrato bancário de candidato a deputado federal pelo Avante, devedor de R$ 1,5 milhão no processo em que é acusado de corrupção em esquema de fornecimento de asfalto à Petrobrás

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Por Julia Affonso
Atualização:

Cândido Vaccarezza. Foto: Geraldo Bubniak/AGB

O juiz Sérgio Moro mandou o candidato a deputado federal Cândido Vaccarezza (Avante-SP) atender às exigências do Ministério Público Federal envolvendo a fiança de R$ 1,5 milhão. O ex-líder dos Governos Lula e Dilma na Câmara ofereceu à Operação Lava Jato duas fazendas da mãe, no valor de R$ 1,8 milhão, ou carta de fiança bancária. A Procuradoria da República havia pedido ao magistrado que exigisse uma carta de fiança.

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A decisão de Moro foi tomada nesta segunda, 10. "Em substituição ao depósito da fiança, a defesa de Cândido Elpídio de Souza Vaccarezza ofereceu imóveis ou carta de fiança bancária. O Ministério Público Federal apresentou petição com exigências. Intime-se a defesa de Cândido Elpídio de Souza Vaccarezza para atender às exigências do Ministério Público Federal, já que pertinentes. Prazo de três dias", determinou o juiz.

O ex-deputado foi preso em 2017 na Operação Abate, 44.ª fase da Lava Jato. Moro mandou soltar Vaccarezza, que alegou 'problemas de saúde', mas com imposição de seis medidas cautelares. Na lista, a fiança de R$ 1,5 milhão.

Vaccarezza deixou a cadeia sem pagar o montante. Em julho deste ano, mesmo devendo R$ 1,5 milhão, o ex-deputado criou uma lista no WhatsApp para arrecadar valores para sua campanha a deputado federal nas eleições 2018A 'vaquinha' de Vaccarezza foi revelada pela reportagem do Estadão.

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Moro deu, no dia 14 de agosto, um ultimato ao ex-deputado: prazo de cinco dias para o ex-parlamentar acertar as contas, sob pena de prisão preventiva.

Em 22 de agosto, Sérgio Moro colocou Vaccarezza no banco dos réus. O juiz da Lava Jato aceitou a denúncia do Ministério Público Federal, no Paraná, contra o ex-deputado e outros nove investigados por formação de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro, em suposto esquema de corrupção relativo ao fornecimento de asfalto pela empresa americana Sargeant Marine à Petrobrás. O ex-deputado nega ligação com ilícitos na estatal petrolífera.

Com risco iminente de prisão, no dia 31 de agosto, o candidato ofereceu ao juiz Sérgio Moro duas fazendas da mãe para tentar quitar a fiança de R$ 1,5 milhão.

Segundo Vaccarezza, 'na condição de proprietária (sua mãe) autorizou expressamente, com anuência de todos os herdeiros, que os imóveis, no valor de R$ 1,8 milhão sejam dados em garantia real do pagamento da fiança'.

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