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Moro condena doleiro do Posto da Torre pela terceira vez

Carlos Habib Chater, dono de posto de combustível em Brasília, pegou 10 anos e 11 meses de reclusão; outros três réus foram condenados

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Por Luiz Vassallo
Atualização:

PF faz buscas no Posto da Torre, em 2014 

O juiz Sérgio Moro condenou, mais uma vez, um dos doleiros que deram origem às investigações da Operação Lava Jato, Carlos Habib Chater, agora a 10 anos e 11 meses de prisão por crimes contra o sistema financeiro. Esta é a terceira condenação do doleiro no âmbito das investigações que miram desvios na Petrobrás. Além de Chater, mais três réus foram condenados na mesma ação.

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Carlos Chater é o dono do famoso Posto da Torre, em Brasília, onde também funciona uma lavanderia e uma casa de câmbio. O local foi alvo da primeira fase, deflagrada em 2014, e serviu de inspiração para o nome da Operação Lava Jato.

A empresa e as contas, em nome do doleiro, foram usadas para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas, segundo os investigadores. À época, foi descoberto também que Chater integrava o grupo de doleiros que faziam parte de esquemas de corrupção de políticos e agentes públicos até hoje investigado e alvo de denúncias da Lava Jato.

Nesta ação penal, Chater é acusado de comandar 'o grupo criminoso dedicado à prática de crimes financeiros, especialmente evasão fraudulenta de divisas, lavagem de dinheiro e operações cambiais faudulentas, contando para tanto com várias empresas de fachada, constituídas e mantidas em nome de pessoas interpostas'.

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Consta nos autos que o Posto da Torre era seu 'centro de operações'. Junto dele, outras empresas e suas contas bancárias 'teriam sido utilizadas para movimentação de milhões de reais para amparar transações de lavagem de dinheiro e de evasão de divisas'.

A acusação, nesta ação penal, mira somente, o 'crime de evasão de divisas, na descrição de algumas apenas'.

Ao condenar Chater, o juiz da Lava Jato considerou que ele tem 'antecedentes negativos, embora não seja reincidente'. "As provas colacionadas neste mesmo feito indicam, porém, que faz da prática de operações financeiras ilegais e lavagem de dinheiro o seu meio de vida, o que deve ser valorado negativamente a título de personalidade".

"As atividades financeiras ilegais prolongaram-se pelo menos entre 2007 a 2014 e envolveram a prática de operações financeiras com diversas pessoas envolvidas em atividades criminais, como Alberto Youssef e Fayed Traboulsi e agentes públicos", anotou.

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