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Morar em tempos de coronavírus

Por Washington Rodrigues
Atualização:
Washington Rodrigues. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Símbolo de proteção para a sociedade diante da pandemia do coronavírus, os imóveis servem também como um termômetro da economia do país. É nas casas e nos apartamentos que as famílias se protegem dos riscos à saúde. É também do aluguel destas propriedades que muitas pessoas tiram a renda mensal. Outras veem na comercialização de suas unidades, uma fonte rápida de dinheiro no caso de uma necessidade momentânea gerada pela paralisação da economia. Mas como o mercado imobiliário reagirá diante deste cenário que afeta o mundo inteiro?

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Os desafios são muitos e devem ser enfrentados por todos os atores envolvidos: inquilinos, proprietários e condomínios . Ninguém consegue ainda prever qual será o comportamento do setor diante do necessário isolamento e nem a dimensão desta crise. Questões relacionadas à taxa de juros, desemprego, perda do poder aquisitivo, entre outras, vão impactar diretamente o mercado de compra e venda e também o de aluguel de imóveis.

São muitas as possibilidades: escassez de ofertas e aumento de valores; aumento das ofertas e diminuição dos valores e ainda equilíbrio entre oferta e procura, com variações de preços muito dinâmicas. Todas essas reações são factíveis. Para saber qual destes cenários irá se confirmar, as ações dos governos, autoridades e empregadores serão decisivas nos próximos meses. Entretanto, diante desta crise as pessoas se perguntam "Devo aguardar ou avançar na decisão de compra ou venda?".

Para responder isto, precisa-se levar em conta o contexto desta compra ou venda. A pessoa está adquirindo o imóvel para sua moradia e depende dela para dar conforto a sua família ou como uma forma alternativa de investimento e proteção do seu dinheiro? Em relação ao aluguel, como equilibrar as dificuldades de pagamento de inquilinos e as necessidades dos proprietários? Todos os lados estão enfrentando a mesma crise, mesmo que aparentemente, em campos opostos.

Uma certeza é que a figura do consultor imobiliário e do gestor de condomínios se tornam, mais do que nunca, imprescindíveis. É o primeiro que intermediará as negociações e apresentará o seu parecer e sua análise sobre cada caso em particular. Sua experiência é fundamental neste momento de incertezas e dúvidas A recomendação passa sempre pela conversa e pelo bom senso, na busca de resolução de um problema que afeta todos os lados na mesma relação contratual. Cada caso demandará uma solução diferente.Já o  segundo, atua de maneira técnica e ativa para manter o funcionamento, bem estar  e a vida financeira do condomínio neste momento tão delicado.

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É preciso ainda salientar que os meios digitais, que já eram uma tendência  antes deste momento, devem ser adotados por todos, e as empresas de ponta fizeram o seu dever de casa. A escolha de um imóvel para aluguel ou venda, por exemplo, pode ser feita online assim como todas as negociações que envolvem essas operações.

Com igual importância temos as atividades de gestão dos condomínios, são neles que  residem boa parte da população, verdadeiros microcosmos da sociedade. Nesta esfera o desafio é ainda maior, pois a propriedade é compartilhada, todos são donos e precisam contribuir,  mas a gestão precisa ser apoiada de maneira profissional.

Também aqui  a administração  é  possível de ser realizada virtualmente. O engajamento dos síndicos e condôminos é essencial ao adiar reuniões presenciais e optar, quando for imprescindível, por assembleias virtuais, atendimentos via internet e encaminhamento de documentos para pagamentos pelo site ou aplicativos, todas medidas que visam ao mesmo tempo não paralisar o condomínio, mas preservar a vida dos condôminos.

Precisamos aguardar os próximos dias para entender melhor qual será o impacto desta pandemia no mercado. Mas já se pode adiantar um ponto: apenas com a união dos envolvidos diante deste cenário será possível encontrar as soluções que garantam o bem de todos. Se cada uma fizer a sua parte, juntos conseguiremos um resultado melhor.

*Washington Rodrigues, Cientista de Gestão de Negócios Imobiliários, com pós-graduação em Gestão Empresarial pela FGV e diretor executivo da APSA

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