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Monetização de APIs: sua empresa ainda vai utilizar esse modelo de negócio

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Por Diogo?Lupinari
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Diogo Lupinari. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Desde que a revista The Economist batizou os dados digitais como "novo petróleo" na sociedade, os empresários costumaram utilizar a expressão para evidenciar a importância das informações no ambiente corporativo. É uma comparação válida, mas hoje está claro que apenas ter esses dados não é suficiente para obter rentabilidade. Nesse sentido, outro recurso revela-se mais estratégico para o desenvolvimento de novos negócios: as APIs (interfaces de programação de aplicações). Essa tecnologia não só fundamenta os processos digitais, como ela própria se torna uma inesperada (e valiosa) fonte de renda para as empresas.

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Esses recursos tornaram-se fundamentais em um cenário de intensa transformação - e aceleração - digital que o mundo vivencia atualmente. Se os dados são o novo petróleo, as interfaces são os oleodutos capazes de levar a matéria-prima digital de um ponto a outro, de uma empresa a outra, possibilitando o compartilhamento e o tráfego de informações que estimulam a inovação e o desenvolvimento de novos modelos de negócios. Não à toa, estimativa da consultoria MarketsandMarkets mostra que o mercado de soluções de gerenciamento de APIs vai pular de US$ 1,2 bilhão em 2018 para mais de US$ 5,1 bilhões em 2023, um crescimento médio anual de 32,9% no período.

O aumento ocorre porque a inovação tornou-se a expressão do momento e, por conta disso, as organizações precisam adotar recursos que otimizem seus processos diante das novas demandas que surgem continuamente. A principal função de uma interface de programa de aplicações é justamente agilizar isso por meio da integração dos mais diferentes sistemas utilizados no dia a dia. A questão é que, quando esse serviço é feito com excelência, abrem-se novas oportunidades para a companhia. As APIs desenvolvem um novo ecossistema digital capaz de extrair ao máximo o potencial que cada ferramenta oferece - além, é claro, de possibilitar mais insights para novos produtos e serviços.

Essa é a famosa "monetização" de APIs, mas engana-se quem pensa que se trata apenas de comercializar suas próprias interfaces a outras empresas e obter receitas a partir disso. Na verdade, é muito mais do que isso: é um reconhecimento da qualidade e da eficiência que a tecnologia pode proporcionar a toda a cadeia, entregando valor não apenas a seus clientes, mas ao consumidor final, e garantindo, assim, mais satisfação a todos os players envolvidos. Tais soluções devem ser encaradas como o meio para qualquer modelo de negócio que pretende ser inovador em seu segmento - e não como o fim em si mesmo.

Isso não significa, evidentemente, que todas as interfaces devem ser "monetizáveis", isto é, transformadas em serviços para outras empresas. Aliás, é preciso compreender que nem todas elas têm essa capacidade. Primeiro, é preciso "fazer o dever de casa", ou seja, estruturar a rotina e os processos da organização, permitindo que a API seja testada, experimentada e planejada corretamente antes de lidar com os dados "dos outros" (o que demanda cuidado redobrado devido à LGPD). Somente a partir daí é possível traçar a melhor estratégia de monetização, mas sempre levando em conta os objetivos e as ideias estipulados anteriormente.

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As APIs já são um elemento essencial na sociedade. Diversos serviços disruptivos surgiram (e continuam surgindo) graças a elas. Se hoje é possível pedir um Uber, é graças à interface utilizada pela empresa para se conectar aos mapas do Google. Se o Open Banking surge com a promessa de democratizar o serviço financeiro, é pela possibilidade real de troca de informações entre as instituições financeiras existente atualmente. Não é o caso de dizer que as APIs dominarão o mundo, mas de reconhecer que, graças a essa solução, somos nós que poderemos mudar o mundo.

*Diogo Lupinari é CEO e cofundador da Wevo

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