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Mobilidade sustentável salva vidas e o ambiente

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Por Alysson Coimbra
Atualização:
Alysson Coimbra. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Secas prolongadas, enchentes fora de época, desmatamentos e incêndios descontrolados Brasil afora. 2021 tem sido também um ano difícil para o meio ambiente. A reação da natureza à sua destruição pelo homem é clara: construir um mundo mais sustentável não é mais uma tarefa para as próximas gerações. Precisamos agir agora.

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Uma das formas de ajudar a mitigar esses danos é por meio da mobilidade urbana. Adotar modais sustentáveis, como veículos híbridos e elétricos, trocar o carro por bicicleta ou transporte público, realizar pequenos deslocamentos a pé reduzem os níveis dos principais poluentes atmosféricos.

Além de proteger o meio ambiente e melhorar a fluidez do trânsito, essas ações têm efeito na melhora da saúde e, portanto, na redução de gastos públicos. Estimativas indicam que, a cada ano, a exposição à poluição do ar cause 7 milhões de mortes prematuras.

O grande desafio para os especialistas passa pelo desenvolvimento de um plano de mobilidade inclusivo, equitativo e sustentável. Nesse sentido, é preciso pensar a cidade e mobilidade de forma integral e multidisciplinar. Várias ações em infraestrutura podem ser adotadas para que as pessoas utilizem cada vez menos carros: construção de ciclovias; acessibilidade de calçadas; expansão da malha metroviária; soluções visuais para orientação e segurança dos pedestres; e investimentos em transporte público de qualidade. Esse conjunto de fatores se traduzirá não só em uma atmosfera menos poluída, mas representará uma importante redução de gastos.

Precisamos revitalizar as cidades para que as pessoas se sintam seguras para o deslocamento a pé. E isso pode ser feito por meio de intervenções na distribuição viária, redução de tráfego, controle de velocidade, ligação de rotas e uma infraestrutura adequada para a circulação de pedestres. As ciclovias e ciclofaixas precisam ser menos turísticas e mais funcionais para o deslocamento diário de quem opta pelo modal sustentável.

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Não faltam exemplos pelo mundo de planos bem-sucedidos em desestimular o deslocamento individual com veículos e estimular o uso transporte público, alternativo ou compartilhado. Londres, por exemplo, estabeleceu uma cobrança para a circulação de veículos altamente poluentes.

Em Paris, a redução dos sinistros de trânsito está sendo perseguida por meio da adoção do limite máximo de velocidade de 30km/h para automóveis em quase toda a cidade. Além de reduzir a emissão de poluentes, a medida torna a cidade mais amigável aos pedestres e ciclistas. A partir de 2030, a cidade planeja permitir apenas a circulação de carros elétricos.

No Brasil, ainda estamos caminhando a passos lentos, mas há iniciativas que servem de exemplo. Em São José dos Campos (SP), o Veículo Leve sobre Pneus (VLP) é o primeiro ônibus articulado totalmente elétrico e produzido no país. Com autonomia de até 250 km, é uma das alternativas da indústria automobilística para a eletromobilidade.

As mudanças são urgentes e, em tempos de poucos recursos, o investimento em educação e conscientização dos usuários certamente será o primeiro passo para um sistema nacional de trânsito eficiente, seguro e sustentável.

*Alysson Coimbra, diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra)

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