BRASÍLIA - O ministro Jorge Mussi, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou que o presidente da empresa de ar condicionado Komeco, Denisson Moura de Freitas, seja notificado sobre as acusações de abuso de poder econômico, ao apoiar a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República. O ministro também determinou que Denisson, Bolsonaro e o seu candidato a vice, o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), terão cinco dias para apresentar ampla defesa à Justiça Eleitoral, se quiserem. Até a tarde desta sexta, 5, a Procuradoria do Trabalho já havia recebido mais de 120 denúncias de pressão de empresários por voto.
Na última terça-feira (2), a Coligação "O Povo Feliz de Novo" (PT/PC do B/PROS) pediu ao TSE que seja aberta uma investigação por abuso de poder econômico contra a campanha de Bolsonaro. O caso gira em torno da Komeco, empresa localizada na cidade de Palhoça, na região da Grande Florianópolis (SC).
Ao pedir a instauração de uma ação de investigação judicial eleitoral, a coligação de Fernando Haddad (PT) pretende que, ao final da apuração, a Corte Eleitoral declare Bolsonaro inelegível por oito anos.
"Notifiquem-se os representados para, querendo, apresentarem ampla defesa, nos termos e para os fins do disposto no art. 22, I, a, da LC nº 64, de 1990", determinou Mussi.
Mussi também informou que, "no momento processual oportuno", vai analisar o pedido da coligação de Haddad para que sejam produzidas provas para apurar o episódio, como a realização de um depoimento do presidente da Komeco.
A coligação "O Povo Feliz de Novo" acusa Denisson Moura de Freitas, de ter gravado um áudio direcionado a funcionários solicitando que os empregados usem adesivos e camisetas de apoio a Bolsonaro. De acordo com o PT, no áudio, Denisson afirma que a empresa irá contribuir para a compra dos materiais e que os funcionários da Komeco irão trabalhar durante a "semana Bolsonaro" uniformizados com a camiseta.
Até a publicação deste texto, o Broadcast Político não havia obtido respostas da Komeco nem da campanha de Bolsonaro.