A ministra do Tribunal Superior Eleitoral Maria Claudia Bucchianneri considera que há dois desafios a serem enfrentados nas eleições 2022, sendo o principal deles o de assegurar um 'ambiente informacional minimamente íntegro e o menos tóxico possível' para os cidadãos. A ministra diz que a corte eleitoral está pronta para enfrentar tal desafio, tendo assumido um protagonismo ao fechar acordos com plataformas como o Telegram, e ponderou que inciativas de combate à desinformação 'passam longe da censura'.
"Ao contrário do que muitos entendem o combate a desinformação não é um jogo de soma zero. Não é 'deixa correr' ou 'derruba a publicação', ou 'proíbe o usuário'. O combate a desinformação não precisa ser um jogo de tudo ou nada, de extremos. As parcerias firmadas pela Justiça Eleitoral com as plataformas bem revela que outras iniciativas intermediárias são tão suficientes e eficientes quanto.", afirmou durante o Congresso Paulista de Direito Eleitoral, organização pela seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil.
Segundo a ministra, há uma 'infinidade de decisões intermediárias, altamente eficazes, que ajudam não apenas o eleitor a ter acesso a uma fonte fidedigna de informação, mas a desestimular, criar um ambiente de desestímulo à produção de conteúdos fraudulentos'. "Combater a desinformação, não necessariamente, não tem nada a ver com censura e não precisa ser um jogo de soma zero", indicou.
Já o segundo desafio listado por Maria Claudia Bucchianneri é o combate à violência política de gênero, uma luta de 'agora, daqui para frente e sempre'. A ministra frisou a importância de mudar o ambiente político para mulheres, lembrando que o Brasil ocupa o penúltimo lugar, dentre Países da América Latina, em ranking sobre a presença feminina no parlamento. Segundo a magistrada, é necessária uma cultura para 'fazer vingar' a lei que estabeleceu normas para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher.
União em prol da democracia
Ao final da palestra de Bucchianneri, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, Paulo Galizia, frisou que as eleições 2022 vão ter a marca da 'união das instituições em prol da democracia'. "A justiça eleitoral revela essa democracia. É o meio pelo qual se chega a representação política e ela precisa ser defendida por todas as instituições", indicou.