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Máximas históricas do Ibovespa e o mercado de IPO no Brasil

Por Leonardo Cotta Pereira
Atualização:
Leonardo Cotta Pereira. Foto: Divulgação

Na última quarta-feira, dia 30 de outubro de 2019, o Ibovespa bateu novamente sua máxima histórica, atingindo a marca de 108.407 pontos. De fato, as reformas estruturais do Governo brasileiro em conjunto com a redução progressiva e expectativa de estabilidade macroeconômica da SELIC e o cenário de juros baixos e até negativos no mundo como um todo, geram um efeito forte de migração dos investidores da renda fixa à renda variável.

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Chega-se novamente a um ciclo positivo para as operações de captação em mercado, com enorme relevância às operações de Initial Public Offer ("IPOs") no Brasil. O cenário de juros baixos acarreta a redução das despesas financeiras das empresas em geral e com a perspectiva positiva de reaquecimento da economia, as empresas começam a voltar a mostrar interesse em acessarem o mercado de capitais, via alternative fundings, em especial para empresas em estágio avançado de maturidade financeira, através dos IPOs.

Com efeito, no Brasil, só nesta semana, tivemos os IPOs do BANCO BMG e da C&A que movimentaram, em conjunto, mais de R$ 3.2 bilhões, em um só dia. Já na perspectiva internacional, teremos IPOs muito esperados pelo mercado, como é o caso da SAUDI ARAMCO, que deverá ser o maior IPO da história, além o da própria XP INVESTIMENTOS, que realizará sua operação na Nasdaq em 2020.

Em um estudo recente realizado pela ANBIMA, as empresas brasileiras captaram, até setembro de 2019, R$ 57,6 bilhões em ofertas de ações no mercado, sendo o terceiro maior ciclo da história brasileira em volume de captação. Além disso, a ANBIMA ainda apresenta os dados que o total de emissões de ações no mercado de capitais este ano é o maior da série histórica, com um volume de negociação de R$ 331,1 bilhões em operações nacionais e internacionais.

Dessa forma, cumpre destacar que o cenário de juros baixos além de beneficiar as empresas na captação no mercado de capitais, força a mão dos investidores institucionais na transição da renda fixa à renda variável por questões de diligência de investimento. De acordo com a ANBIMA, estes detêm 47,3% do volume transacionado nas ofertas públicas de ações de 2019. Isso significa que, superado o histórico de dois dígitos da SELIC e sem perspectivas de retorno aos patamares anteriores, as grandes empresas, os fundos de pensão e demais investidores de peso voltam a participar e movimentar de forma significante o mercado de IPOs no Brasil.

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Em conclusão, as perspectivas para os mecanismos de alternative funding das empresas no mercado de capitais são muito positivas para os próximos anos. Em 2020, o mercado específico de IPO no Brasil e no mundo deve movimentar bilhões, gerando mais investimentos, empregos, renda e, consequentemente, um efeito direto significante para a economia brasileira.

*Leonardo Cotta Pereira é sócio do setor de Corporate & Finance do escritório SiqueiraCastro, mestre em Contratos pela Université Montpellier I e especializado em regulação do mercado financeiro, mercado de capitais, private equity, reestruturações societárias e operações financeiras estruturadas.

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