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'Matou o cara' (Lucas, 27, comerciante, é cercado por PMs e morre baleado)

Caso aconteceu no domingo, 20, à tarde, em uma rua da Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo, e foi filmado e gravado por uma testemunha; Polícia Militar afastou soldados envolvidos

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Por Jayanne Rodrigues
Atualização:

Letícia Ariel, 23, esposa de Lucas, é a mulher que aparece de blusa roxa no vídeo tentando parar a briga. Foto: Reprodução/ internet

O comerciante Lucas Henrique Vicente, 27, foi morto a tiros durante uma abordagem da Polícia Militar de São Paulo. Imagens feitas por uma testemunha registraram a luta corporal. O homem aparece sobre um policial. Neste instante, outro policial golpeia Lucas com chutes. A mulher de Lucas tenta intervir na briga, mas leva um empurrão. Durante a confusão, outra viatura chega ao local. Em menos de 10 segundos após a chegada do reforço da PM, é possível escutar três disparos, seguidos de gritos e de uma voz ao fundo: "matou o cara." O caso aconteceu em plena luz do dia, no último domingo, 20, na Rua São João de Sapucaia, região da Brasilândia, zona norte de São Paulo. 

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"Ele estava sem camisa porque estava calor e acho que por isso que a polícia enquadrou a gente", disse a esposa de Lucas, Letícia Ariel do Carmo, 23, em entrevista à TV Record. Acompanhado da mulher e dos dois filhos no carro, a família voltava para casa quando aconteceu a abordagem. Segundo Letícia, os PMs mandaram eles saírem do carro. Teve início uma discussão. "Eles começaram a agredir e foi essa confusão toda", relata.

A mulher também afirmou ter sido ofendida pelos policiais ao tentar amenizar a situação. "[Ele dizia] Sai daqui, sua vagabunda, sai daqui sua desgraçada. Eu falei 'não, solta ele, não mata ele'". Lucas foi enterrado na terça-feira, 22, no Cemitério da Vila Nova Cachoeirinha.

Lucas tinha passagem pela polícia por porte ilegal de arma e estava em livramento condicional do sistema prisional desde maio de 2020. A mãe do rapaz disse à TV Record que ele havia cumprido pelo crime que cometeu e estava recomeçando a vida. Ela ainda denunciou ter sido vítima de agressão pelos PMs quando foi até o filho após ele ser baleado.  "[Eles disseram] se a senhora se aproximar mais um pouquinho, eu vou prender a senhora. [Eu disse] 'Não prende não, já mata porque você acabou de matar'. Ele me pegou e me jogou no chão". Três policiais estão envolvidos no caso. 

A reportagem do Estadão ainda não conseguiu contato com a família de Lucas. 

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COM A PALAVRA, A SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA DE SÃO PAULO

"A Polícia Militar esclarece que todas as circunstâncias do fato e a conduta dos policiais envolvidos na ocorrência são apuradas por meio de inquérito policial militar (IPM) sob a responsabilidade da Corregedoria da instituição. Na ocasião, o condutor foi informado que seria preso por constar como procurado pela Justiça por roubo. Diante disso, ele reagiu e entrou em luta corporal com os policiais, tomando a arma de um deles. Neste momento, houve a intervenção da equipe para contê-lo. Os PMs foram afastados até o término das investigações. O Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa também investiga o caso."

 

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