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Mães full home office

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Por Alessandra Taraborelli
Atualização:
Alessandra Borelli. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

O que parecia ser necessário por um curto espaço de tempo, se estende há mais de um ano e o período pandêmico nos remete a uma realidade muito diferente daquela em que estávamos habituadas ou um dia sequer imaginamos viver.

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Se você é mãe e está lutando para manter-se produtiva enquanto trabalha de casa (e com algum equilíbrio emocional), comece reconhecendo que a perspectiva profissional mudou, e acredite, aceitar essa mudança lhe fará sentir-se bem melhor.

Atualmente, no lugar onde se alimenta, onde se dorme, hoje também se aprende, estuda, ensina, trabalha, brinca, chora, ri, grita-se de alegria, tristeza e agonia, pratica-se esportes, cozinha, faz reuniões, apresentações e até desfruta-se do período de férias.

Férias? Onde? Como?

Temos feito tudo o que nos é possível e continuaremos fazendo o que for preciso, porque somos mães. E mais, está tudo bem dizer que estamos E XAUS TAS.

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Exaustas de ter de correr para o banheiro para conseguir escrever um parecer ou responder um e-mail a um cliente com a concentração exigida e ainda assim ter de colocar o fone de ouvido porque quando as crianças descobrem que você está lá, começam a bater na porta.

Exaustas porque quando finalmente terminam as reuniões do dia e você começaria a responder seus e-mails, é hora de preparar o jantar e colocar as crianças no banho.

Exaustas porque muitas vezes para conseguir dedicar-se a algumas demandas, você deve se manter acordada enquanto todos da casa dormem.

E, finalmente, exaustas porque apesar do seu esforço, há quem diga (com a boca, com os olhos ou os dedos) que você está fazendo "corpo mole".

Estou aqui para dizer que você está mandando muito bem. Afinal, conciliar a maternidade com a vida profissional em circunstâncias normais já é um grande desafio e vamos combinar, as circunstâncias atuais, lamentavelmente, estão bem anormais.

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É bastante evidente que em muitos setores a demanda de trabalho aumentou exponencialmente, assim como a ansiedade das pessoas, ou seja, não bastasse a nova e complexa forma de viver e trabalhar, todos querem tudo para ontem e por isso espero, sinceramente, que as mães que estiverem lendo esse artigo possam dar a si mesmas alguns minutos de atenção, reconhecimento, amor e compaixão.

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Também não se preocupe em encontrar palavras que expliquem aos outros porque o seu momento não está fácil. Ser mãe é amor, alegria, mas também é muita preocupação e ponto final. Sempre foi assim e no momento está mais difícil sim, acreditem os outros ou não.

Tenho a "vantagem" de ter filhos com um pouco mais de independência, 16 e 12 anos, mas de pensar que se para nós, adultos, está difícil de digerir, o que dirá para eles que estão em pleno desenvolvimento, formando não só a própria identidade, mas sua visão do mundo.

Já ouviu falar de um livro (de um filme também), chamado "O que esperar quando se está esperando?". Um filme/livro que retrata de forma muito leve e divertida situações embaraçosas que toda mãe de primeira, segunda, terceira viagem vive. Você programou a reunião para o horário do soninho, mas hoje o seu bebê simplesmente resolveu que não vai dormir. Comprou uma caixa de giz de cera incrível, várias cartolinas para render horas de pintura e desenho, mas as crianças decidiram pintar a parede e 10 minutos depois a brincadeira já perdeu a graça. Liberou até o slime na sala, mas eles estão brigando porque querem usar a mesma colher e claro, ao mesmo tempo.

Todas essas coisas vão acontecer, então quando você sabe que pode acontecer, deixa de ser uma surpresa. Parece maluquice, mas você sabe que faz sentido o que estou dizendo.

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Dicas? Pesquise na internet da forma que quiser e encontrará infinitas. Mas, honestamente, para não se frustrar, repito: comece reconhecendo que a perspectiva profissional mudou e aceitar essa mudança lhe fará muito bem. Os malabarismos que o atual cenário nos impõe, enquanto mães e profissionais, não nos desabona em nenhum desses papéis, muito pelo contrário.

É cruel almejar a perfeição. Se esforce para criar uma rotina, mas se furar, tudo bem. Busque alternativas de entretenimento: jogos, livros de pinturas, danças, amarelinha na sala, cabana no sofá. Está valendo (quase) tudo. Se dos 30 minutos programados, apenas 10 funcionaram, tudo bem também. Tente explicar que precisa de ajuda para concentrar-se durante a manhã para que então a tarde possam fazer um bolo juntos. Pode funcionar em um dia da semana e nunca mais. Valeu a tentativa e o dia que funcionou.

Vivemos um momento atípico e sem precedentes e olha só, como mãe, advogada e palestrante que dedica-se há décadas à educação digital de crianças e adolescentes, autora de livros, cartilhas e artigos relacionados ao tema, digo: o tempo combinado de tela está extrapolando mesmo e assim como compreensível, é tolerável, desde que mantidas as regras relativas à: segurança (respeito à classificação indicativa, não interação com estranhos, exposição excessiva, por exemplo), saúde (nada de dormir com o celular debaixo do travesseiro, comer conectado, por exemplo) e valores (ofender ou participar de grupos ou chats de games que ofendem). Graças aos incríveis avanços das novas tecnologias, nossas crianças (infelizmente, nem todas) continuam com as atividades escolares e mantendo os laços afetivos com amigos e familiares. Aliás, o momento é também oportuno para potencializarmos as orientações sobre como devem lidar com as ameaças do mundo digital e como das novas tecnologias tirar o melhor e mais seguro proveito. Feliz dia da FORÇA e do AMOR. Feliz dia das MÃES!

*Alessandra Borelli, advogada, palestrante, sócia e CEO da Opice Blum Academy

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