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Maconha: a verdade

*Por Bernardo Campos Carvalho

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Por Redação
Atualização:

Hoje muito se discute sobre liberação da maconha, existindo além de eventual liberação da maconha, com a descriminalização para plantio em pequenas quantidades em julgamento do Supremo Tribunal Federal, existe ainda, projeto de Lei no Congresso, em andamento, prestes a ser votado, com grande chance de ser aprovado.

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Os que defendem a liberação representam um bloco bastante expressivo socialmente, capitaneados por um ex-presidente da Republica que entende não existir nenhum malefício no seu uso, tanto que já foi aprovado no Uruguai e prestes a serem aprovados em outros países.

A maconha, para ser entendida de forma verdadeira, tem que ser analisada de forma apolítica, mais no campo científico do que no social, levando-se em conta os prós e contras de seu uso, e principalmente, os malefícios que podem causar nas pessoas.

Se analisarmos a Cannabis sativa, (maconha), é geralmente um arbusto que mede cerca de 1.50 metros, na qual são usados somente os botões florais e as folhas, sendo uma planta que de per si é extremamente interessante, pois é uma das poucas que possui sexo definido (macho e fêmea).

Curioso é que somente o ramo feminino da planta possui efeito alucinógeno (THC), causador de dependência, enquanto o ramo masculino há milênios, é conhecido e usado para confecção de cordas e velas para embarcações, principalmente as de guerra. Ultimamente, com o avanço da ciência, vem sendo testado, com relativo êxito, a droga no combate de ataques epiléticos e outros males, provenientes do sistema nervoso.

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Por outro lado, é por demais necessário, ressaltarmos os malefícios causados pela maconha. Primeiro, estamos falando de uma droga, nociva como qualquer outra, que ao redor do tempo evoluiu muito, tanto que na década de 70, um cigarrinho de maconha(baseado) continha THC. (01% a 03%), passando pelo haxixe, sendo que hoje, a super maconha - Skank ou skunk, pode atingir 33% de efeitos alucinógenos, capaz de matar uma pessoa, se fumar dois cigarros.

Os males da maconha não param por aí, os efeitos maléficos em nosso organismo são maiores ainda.Os canabinóides, outro integrante químico da maconha, além dos pulmões, atacam o estomago, os intestinos e principalmente o cérebro, onde procuram se alojar, face aos tecidos gordurosos, causando danos aos neurônios e células nervosas, os mensageiros entre as células, que determinam os movimentos de nosso corpo. Alteram ainda os cromossomos, prejudicando a transmissão dos fatores genéticos aos filhos, além de ser forte causador de câncer nos pulmões.

Por conclusão lógica, querer justificar a liberação da maconha, em sua totalidade, alavancando-se nos avanços científicos em andamento e ainda não provados, é ser leviano demais, é querer tapar o sol com uma peneira, é expor a sociedade, principalmente nossos filhos, no caminho das drogas, num caminho praticamente sem volta, o resultado já é visível, no Uruguai.

*Bernardo Campos Carvalho, 63, é advogado criminalista há mais de 30 anos. Autor de inúmeros artigos e acaba de publicar o livro Drogas - o Inicio do Fim, pela RG Editores.

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