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Machado diz que pagou mais de R$ 70 milhões a Renan, Jucá e Sarney

O ex-presidente da Transpetro afirmou em delação premiada na Procuradoria-Geral da República que dinheiro foi desviado da estatal

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Foto do author Andreza Matais
Foto do author Fausto Macedo
Por Andreza Matais e Fausto Macedo
Atualização:

Renan Calheiros, José Sarney e Romero Jucá. Foto: Estadão

O ex-senador e ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou em seus depoimentos na delação premiada que fechou com a Procuradoria-Geral da República na Lava Jato que arrecadou e pagou mais de R$ 70 milhões desviados da estatal para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Romero Jucá (PMDB-RR), para o ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP), entre outros líderes do PMDB.

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As informações foram reveladas pelo jornal 'O Globo' nesta sexta-feira, 3 e confirmadas pelo 'Estado' com investigadores que atuam no caso.

A soma mais expressiva, R$ 30 milhões, foi destinada a Renan, o principal responsável pela indicação de Machado para a presidência da Transpetro, subsidiária da Petrobrás e maior empresa de transporte de combustível do País.

A delação foi homologada no dia 24 de maio pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki e, com isso, pode ser utilizada para novas investigações e até complementar as investigações já em curso da Lava Jato.O filho de Machado, Expedito Machado, também fez acordo de delação premiada. Conforme investigadores, ele atuava como operador financeiro do esquema de corrupção.

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Renan indicou Machado para a presidência da Transpetro em 2003, no início do primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e manteve apoio para a permanência dele no cargo até ano passado, mesmo depois de ter sido acusado por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, de receber propina.

Sarney também recebeu uma soma significativa, conforme a contabilidade do ex-presidente da Transpetro. Machado disse que repassou aproximadamente R$ 20 milhões para o ex-presidente durante o período que esteve à frente da estatal.

Romero Jucá, que ficou uma semana como ministro do Planejamento do governo do presidente em exercício Michel Temer, teria sido destinatário de quantia similar a de Sarney, cerca de R$ 20 milhões. Machado disse ainda que abasteceu também contas dos senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Jader Barbalho (PMDB-PR).

O ex-presidente da Transpetro também teria falado sobre as somas repassadas aos padrinhos políticos dele e, como se não bastasse, indicou os contratos e os caminhos percorridos pelo dinheiro até chegar aos destinatários finais.

Todos os políticos citados por Machado negam o recebimento de valores ilícitos.

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