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Luto na pandemia: como o RH pode cuidar dos colaboradores?

O distanciamento social, causado pela pandemia da Covid-19, trouxe muitos impactos na vida emocional das pessoas, como aumento de índices de depressão e ansiedade. Nesse sentido, as empresas também tiveram que se adaptar e aprender a lidar com essas questões tão delicadas.

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Por Rafael Barreto
Atualização:

Porém, além dos sintomas acima citados, o luto coletivo na pandemia também foi uma grande questão vivida por todos nós. Para quem não está familiarizado com o tema, luto coletivo é o sentimento que experienciamos após grandes tragédias, podendo ser elas naturais (como um tsunami, ou furacão) ou até mesmo a pandemia na qual estamos vivendo.

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O sentimento de luto afeta, não somente as pessoas impactadas diretamente, mas também àquelas que têm contato com as notícias. Ou seja, estamos todos no mesmo momento. Por isso é importante também entender como as empresas e RHs podem auxiliar seus colaboradores a viver esse luto de uma forma mais humana e saudável.

O luto na pandemia

Sabemos que não foram apenas mudanças físicas e estruturais que ocorreram durante a pandemia. Em um curto espaço de tempo, tivemos que nos adaptar a novos hábitos e maneiras de viver, bem como interagir com as pessoas.

Todas essas mudanças, por conseguinte, nos trazem uma bagagem emocional muito grande e relevante, empresas que oferecem ações acolhedoras durante esses cenários mais delicados, proporcionam experiências mais compreensivas e humanas.

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O luto por si só, já não é um ritual simples. Agora, adicionados todos os fatores e limitações da pandemia, o que já não era fácil, ficou ainda mais complicado. As incertezas do ambiente no qual estamos vivendo, somados a questões emocionais internas, corroboram para que este processo seja muito complicado.

Nesse sentido, lidar com as emoções, associado a longa jornada de trabalho, pode ser bem desafiador, por isso, as empresas e RHs devem estar cada vez mais atentos, a fim de promover um ambiente de suporte e apoio para seus colaboradores.

Um olhar do RH para o luto dos colaboradores

A pandemia, como já foi dito anteriormente, nos trouxe muitas mudanças. Porém, uma das mais importantes, sem dúvidas, foi a preocupação do mundo corporativo para com a saúde mental dos colaboradores.

Antes, o que era visto, talvez, como um mero detalhe sem importância, hoje é tido como uma das maiores prioridades. É interessante analisar que, não somente startups começam a ter esse olhar ativo para a saúde mental, mas também as grandes corporações.

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Dessa maneira, vemos cada vez mais, benefícios de saúde mental surgindo para conseguir atender às demandas de mercado. Algumas práticas podem ser muito bem-vindas na hora de promover a saúde mental dos colaboradores, principalmente quando estamos tratando de um processo de luto. Separamos algumas que podem ajudar:

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  • Licença para o colaborador: permitir que o colaborador tenha um espaço para viver o luto, afastado do trabalho, é essencial para passar por este processo. É importante garantir que exista uma política interna para assegurar este direito;

  • Criar um ambiente de escuta ativa: rodas de conversa podem ser bons momentos para os colaboradores compartilharem experiências e sentimentos. Falar é muito importante para aliviar o peso desta fase;

  • Benefícios focados em saúde mental: além de benefícios de saúde, ter uma cesta de benefícios que contemplem também a saúde mental do colaborador, é de grande valia.

O papel da Atenção Primária no Luto

Para quem ainda não é familiarizado com o termo, a Atenção Primária existe para ser o seu primeiro ponto de contato com o sistema de saúde. É por ela que você, como indivíduo, vai tratar cerca de 90% dos seus problemas de saúde, sejam eles crônicos ou não.

Em outras palavras, você possui uma equipe de saúde que te acompanha ao longo de sua vida, de forma integral e coordenada. Ela também é responsável em acompanhar como andam outros aspectos de sua saúde, que não só a física, mas também, a mental e social.

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Vivenciar um luto impacta praticamente todas as esferas de nossas vidas. Ter um acompanhamento nesse momento, é essencial para ter forças e poder passar por esse período de uma maneira menos traumática.

O atendimento psicológico na Atenção Primária tem como objetivo sanar questões mais pontuais, agudas, e não perenes - diferentemente da terapia longitudinal. A ideia é que as vidas tenham um amparo ainda mais especializado e maior para lidar com questões complexas e emergenciais.

*Rafael Barreto é enfermeiro com residência em Atenção Primária pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, é mestrando pela mesma faculdade. Atuou como enfermeiro de família por quase dois anos no Albert Einstein e hoje é Head de Saúde da Cuidas

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