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Luta contra pandemia mostra importância do apoio à ciência

Por Vera Murányi Kiss
Atualização:
Vera Murányi Kiss. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Nas respostas da ciência, viabilizam-se esperanças e soluções para a vitória da humanidade contra epidemias como a da covid-19. Isso é evidenciado no Prêmio Péter Murányi, que chegou em 2020 à 20ª edição, tem periodicidade anual e contempla, em forma de rodízio, as áreas da Saúde, Educação, Alimentação e Desenvolvimento Tecnológico. Dentre os trabalhos inscritos, indicados por universidades e instituições de pesquisa, há exemplos concretos de como a ciência pode vencer doenças, epidemias e ajudar no seu enfrentamento.

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Um dos exemplos é o trabalho vencedor de 2016, uma nova vacina contra leishmaniose visceral, cuja incidência é de 500 mil casos por ano em todo o mundo. Os professores doutores Ana Paula Salles Moura Fernandes e Ricardo Tostes Gazzinelli, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ao longo de vários anos identificaram e testaram diferentes antígenos de Leishmania, de maneira comparativa, até encontrarem o antígeno A2. Por meio de modernas tecnologias de engenharia genética, isolaram no genoma a região que codifica o antígeno A2 e inseriram em uma bactéria não patogênica (inócua), que se multiplica muito rapidamente, permitindo sua produção em escala industrial, de modo recombinante.

A edição de 2010 premiou os pesquisadores Neuza Maria Frazatti Gallina, Hisako Gondo Higashi, Rosana de Lima Paoli e Regina Maria Mourão Fuches, do Instituto Butantã, que desenvolveram uma nova vacina contra hidrofobia, em cultura de células, que apresenta pureza superior às existentes no mercado internacional até então e com alto teor de proteção, com apenas três doses. Foi um grande avanço para o Brasil quanto à qualidade do produto e diminuição considerável de custos, além da autossuficiência na produção deste imunobiológico. O fato também amplia o acesso de países pobres.

Em 2011, o vencedor do Prêmio Péter Murányi foi o médico Marcelo Britto Passos Amato, do Instituto do Coração de São Paulo. Ele desenvolveu um inovador monitor pulmonar (instalável à beira do leito), capaz de mostrar em tempo real a condição dos pulmões dos pacientes submetidos à respiração artificial, evitando mortes e diminuindo traumas em pacientes hospitalizados em UTI. Seu trabalho recebeu mais de 1.200 citações internacionais e é considerado uma das 100 descobertas mais relevantes neste último século na área respiratória pela American Thoracic Society.

É uma solução original, de baixo custo, cujos resultados levaram a uma mudança de paradigma para o monitoramento da ventilação artificial. Cabe enfatizar a relevância deste último trabalho como referência para o atendimento a pacientes de covid-19 internados em UTI. Exemplos como este reforçam nossa confiança nas soluções da ciência para a presente pandemia e demonstram que nenhum país pode negligenciar o apoio à pesquisa.

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*Vera Murányi Kiss é presidente da Fundação Péter Murányi

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