Lula não vai se entregar, pelo menos até o horário imposto pelo juiz Sergio Moro - 17h desta sexta-feira, 6.
Ele decidiu permanecer em seu antigo reduto, o lendário Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, construção que se ergue à Rua João Basso, em São Bernardo do Campo. Ali comandou as greves históricas do final dos anos 1970 nas montadoras, depois criou o PT e chegou à Presidência. 'Que venham me pegar!', disse a aliados, em recado à Polícia Federal e ao juiz Sérgio Moro.
Mesmo orientado por advogados que o cercam, o petista se mantém irredutível. Ele não sai do sindicato!
Às 17 horas desta sexta-feira, 6, esgota-se inapelavelmente o prazo do líder petista para se entregar à Polícia Federal de Curitiba, dado pelo juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, que o condenou a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do triplex do Guarujá.
Agentes que conversam com a imprensa na Polícia Federal em Curitiba dizem que não é possível considerar o ex-presidente Lula como "foragido". Eles dizem que ainda é possível negociar uma entrega de Lula com a defesa e que o não comparecimento de um réu no prazo estipulado pelo juiz configura uma situação "delicada", mas que faz parte da realidade criminal do País.
Lula não vai porque não admite ter cometido ilícitos. Ele insiste na tese de que é inocente, reafirma que não é o dono do triplex e que não nomeou dirigentes da Petrobrás que instalaram esquema de propinas e cartel na estatal.
Lula também não reconhece a legitimidade da 'República de Curitiba', como ele denomina a força -tarefa da Operação Lava Jato.