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Lula já usa 'Moro ministro' para apontar perda de imparcialidade em julgamento da Lava Jato

Na noite desta quarta-feira, 31, antes de o juiz da Lava Jato decidir sobre o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro para 'superministério da Justiça', defesa de ex-presidente apontou negociações como prova de que magistrado não poderia julgar petista

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Foto do author Fausto Macedo
Por Julia Affonso , Ricardo Brandt e Fausto Macedo
Atualização:

Lula no Rio em 2 de abril de 2018, dias antes de ser preso. Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

Na defesa final de Luiz Inácio Lula da Silva no segundo processo em que será julgado por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato, os advogados do ex-presidente usaram as negociações do juiz federal Sérgio Moro para apontar a perda da "imparcialidade" do magistrado. O documento foi apresentado na noite da quarta-feira, 31, à Justiça Federal, antes da reunião do juiz da Lava Jato com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). O petista alega ser inocente e vítima de perseguição política.

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Moro esteve na manhã desta quinta-feira, 1, em reunião com Bolsonaro, no Rio, durante 1h30. O juiz aceitou assumir o superministério da Justiça.

Preso e condenado a 12 anos e um mês de prisão no caso triplex, Lula será julgado por receber propina de cerca de R$ 12 milhões da Odebrecht, na compra de um terreno pela empreiteira para o Instituto Lula e de um apartamento usado pelo ex-presidente em São Bernardo do Campo (SP). As alegações finais, do Ministério Público Federal e das defesas dos réus abre a fase final do processo, antes da sentença do juiz.

Documento

'MORO PARCIAL'

"Em alegações finais apresentadas hoje (31/10/2018) reforçamos que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é vítima de lawfare - que consiste no abuso e mau uso das leis e dos procedimentos jurídicos para fins de perseguição política -- e que não cometeu os ilícitos que lhe foram atribuídos pelo Ministério Público Federal", informa nota divulgada pelo advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente.

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Na nota, a defesa diz que a "prática de atos por este Juízo (Moro), antes e após o oferecimento da denúncia, que indicam a  impossibilidade de o defendente obter julgamento justo, imparcial e independente".

 

"Participação atual do magistrado em processo de formação do governo do Presidente eleito a partir de sufrágio que impediu a participação do Defendente -- até então líder nas pesquisas de opinião -- a partir de atos concatenados praticados ou com origem em ações praticadas pelo mesmo juiz; aceite do juiz, por meio de nota oficial, para discutir participação em governo do Presidente eleito que afirmou que iria 'fuzilar petralhada', que o Defendente deve 'apodrecer na cadeia' e que seus aliados têm a opção de 'deixar o País ou cadeia'."

Para a defesa, os fatos reforçam a prática do "lawfare" e a "ausência de imparcialidade do julgador".

No documento, Lula pede a nulidade do processo, aponta a "ausência de prova de culpa" e a "presença inequívoca de prova de inocência".

Documento

1874_ALEGACOES1

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