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Lula diz que Gilmar estava certo em críticas contra Exército e associação a 'genocídio'

Em evento online com membros da Federação Única dos Petroleiros, o petista avaliou que o ministro do Supremo afirmou que as Forças Armadas contribuem com 'os erros do presidente' ao não cobrar um comportamento adequado de Bolsonaro

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Por Paulo Roberto Netto
Atualização:

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na quarta, 15, que o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, estava 'certo' ao criticar a postura do Exército em relação ao combate da pandemia do novo coronavírus. A declaração do ministro abriu atritos entre a Corte e a ala militar do governo, que acionou a Lei de Segurança Nacional contra o magistrado.

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Mendes declarou no sábado, 11, que o Exército estava se associando a um 'genocídio', ao comentar o desempenho do governo em relação à crise de covid-19, agravada pela ausência de titular no Ministério da Saúde.

"Não tenho nada contra ter um general (à frente do Ministério da Saúde), mas ele (o presidente Jair Bolsonaro) colocou um general que não entende nada de saúde. E ficaram bravos com o ministro Gilmar Mendes quando ele disse que o Exército pode estar contribuindo com um genocídio provocado por Bolsonaro", disse Lula. "E o Gilmar está certo. Ele não culpou o Exército, ele disse que o Exército, participando como está do governo, sem cobrar um comportamento adequado do presidente da República, vai contribuir com os erros do presidente da República".

 

O petista participou, por videoconferência, de evento com membros da Federação Única dos Petroleiros (FUP). Lula também criticou Bolsonaro, acusando-o de 'brigar com a ciência' no combate à doença e se negar a ouvir conselhos de especialistas.

Na quarta, o Brasil registrou mais de 1,2 mil mortes pelo segundo dia consecutivo - elevando o número total de mortos para 75.523, segundo dados do levantamento realizado pelo Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL junto às secretarias estaduais de Saúde.

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O Brasil também se aproxima dos dois milhões de casos, com 1,9 milhão de pessoas infectadas com o novo coronavírus - incluindo Bolsonaro, cujo segundo teste voltou positivo.

"Em vez de ser maestro, escolheu brigar com o coronavírus e disputar narrativa com a ciência. E um presidente da República, em qualquer país do mundo, não tem o direito de brigar com a ciência", afirmou Lula.

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