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Lula informa juiz que vai ver Papa Francisco e pede adiamento de interrogatório na Zelotes

Petista fez requerimento ao juiz federal Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Criminal de Brasília, comunicando que viagem ao Vaticano para audiência com Sua Santidade deverá se estender entre os dias 12 e 15 de fevereiro; depoimento está marcado para o próximo dia 11, sobre suposta 'venda' da MP 471, que prorrogou incentivos ficais a concessionárias de veículos

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Foto do author Luiz Vassallo
Por Ricardo Galhardo e Luiz Vassallo
Atualização:

O ex-presidente Lula na PF em Curitiba. Foto: Ricardo Stuckert / Instituto Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comunicou ao juiz federal Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Criminal Federal de Brasília, que vai ao Vaticano ter uma audiência com o Papa Francisco no dia 13 de fevereiro. A viagem deve se estender entre os dias 12 e 15. Por isso, pede ao magistrado que suspenda interrogatório na Operação Zelotes, que está agendado para dia 11.

 Foto: Estadão

"Conforme se procedeu durante todo o tramitar do feito, o peticionário declara que não deixará de comparecer a nenhum ato judicial para o qual sua presença seja obrigatória", argumentam os advogados do ex-presidente.

 Foto: EFE/ Maurizio Brambatti

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Nesta ação penal, o petista responde pelo crime de corrupção passiva por, supostamente, ter participado da "venda" da Medida Provisória (MP) 471, de 2009, que prorrogou os incentivos fiscais para montadoras instaladas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O caso foi revelado pelo Estado em 2015 e investigado na Operação Zelotes.

No sábado, 1º, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, disse à Rádio France Internacional que o papa Francisco terá "todo o prazer" de receber Lula. Fernandéz esteve com o também argentino Francisco na véspera, sexta-feira.

"O Lula me pediu para ver o Papa. E eu pedi se ele podia receber o Lula. E ele me disse que 'claro' e que (o Lula) lhe escrevesse porque ele, com todo prazer, o receberá", disse Fernandéz à rádio francesa.

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Segundo a emissora, o assunto surgiu quando o presidente e o papa falavam sobre "lawfare", o termo jurídico que significa uso das leis para perseguição política ou comercial que, segundo a defesa, é usado pela Lava Jato contra o ex-presidente.

É a segunda vez que Fernandéz intermedeia um encontro entre emissários de Lula e Francisco. A primeira vez foi em agosto de 2018, quatro meses depois da prisão do petista, quando o argentino ainda não era nem sequer candidato à presidência e tentou marcar um encontro do papa com o ex-chanceler Celso Amorim, com o objetivo de dar visibilidade internacional à situação de Lula.

Naquela ocasião, o papa enviou ao ex-presidente um bilhete escrito na capa de um livro no qual abençoava o petista. Em maio deste ano, Francisco mandou uma carta a Lula pedindo que ele não desanimasse. "O bem vencerá o mal, a verdade vencerá a mentira e a Salvação vencerá a condenação", disse o pontífice.

O ex-presidente planeja, ainda, uma segunda viagem, para a França, para receber o título de cidadão parisiense, outorgado pela Prefeitura da capital francesa.

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