Mais de 15 horas depois de esgotado o prazo para se entregar à Polícia Federal em Curitiba, o ex-presidente Lula continua entrincheirado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, na rua João Basso, São Bernardo do Campo. Ele chegou ali pouco depois de 19 hs da quinta-feira, 5, menos de duas horas depois de ser informado sobre o decreto de sua prisão expedido pelo juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato.
Moro deu prazo a Lula para se entregar 'voluntariamente' à PF até as 17 horas de sexta, 6. O petista ignorou e se deslocou até a sede do sindicato onde comandou as greves históricas dos anos 1970 e, depois, a criação do PT.
Lula passou a sexta inteira no sindicato, ao lado de quadros do partido.
A PF quer evitar o confronto - apoiadores do ex-presidente passaram toda a sexta aglomerados à porta do sindicato.
Uma das condições que o petista teria colocado à mesa de negociações seria poder participar da missa em homenagem à Marisa Letícia Lula da Silva, ex-primeira dama que morreu em fevereiro de 2017, vítima de um Acidente Vascular Cerebral.
Marisa completaria hoje 68 anos de idade. O PT organizou uma missa no Sindicato em sua homenagem, às 9h30 deste sábado, 7.
Em Curitiba, na Superintendência da PF, uma 'sala reservada' o espera na cobertura do edifício, isolado da Custódia.
Enquanto negocia, Lula ainda aposta na estratégia dos recursos. Tentou no Superior Tribunal de Justiça, mas o ministro Felix Fischer negou.