O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu para investigar ao menos cinco ministros dos 29 ministérios do governo de Michel Temer (PMDB). São eles Eliseu Padilha (PMDB), da Casa Civil, Moreira Franco (PMDB), da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Kassab (PSD), das Comunicações, Bruno Araújo (PSDB), das Cidades, e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), das Relações Exteriores. Além disso, a lista de Janot inclui os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva e os ex-ministros Antonio Palocci e Guido Mantega, mas como os petistas perderam o foro privilegiado os casos devem ser remetidos à primeira instância.
No STF, a decisão pela abertura de inquérito ou não caberá ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte.
O Estado apurou também que além dos ministros, Temer deve ver três importantes aliados no Congresso na mira das autoridades. Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), além dos senadores Edison Lobão (PMDB), Romero Jucá (PMDB), Aécio Neves (PSDB) e José Serra (PSDB), estão entre os alvos dos 83 inquéritos cuja abertura foi pedida pelo PGR.
No total, Rodrigo Janot enviou 320 pedidos ao STF com base nas delações premiadas de 78 executivos da Odebrecht. São 83 pedidos de abertura de inquéritos, 211 declínios de competência para outras instâncias da Justiça, nos casos que envolvem pessoas sem prerrogativa de foro, 7 pedidos de arquivamentos e 19 outras providências.
Segundo a PGR, "não é possível divulgar detalhes sobre os termos de depoimentos, inquéritos e demais peças enviadas ao STF por estarem em segredo de Justiça." Por isso, Rodrigo Janot, em seus pedidos, também solicitou ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, a retirada do sigilo desse material considerando a necessidade de promover transparência e garantir o interesse público.
COM A PALAVRA, O PSDB:
"O PSDB sempre defendeu a realização de investigações, pois considera que esse é o melhor caminho para esclarecer eventuais acusações e diferenciar os inocentes dos verdadeiros culpados."
COM A PALAVRA, A ASSESSORIA DE ROMERO JUCÁ:
"O senador Romero Jucá apoia todas as investigações da operação Lava Jato e está à disposição para prestar as informações necessárias. O senador está tranquilo e acredita que tudo seráesclarecido."
COM A PALAVRA, O PMDB:
"O PMDB apoia as investigações da Lava Jato e reafirma a necessidade de se esclarecer a verdade dos fatos."
COM A PALAVRA, A ASSESSORIA DE ALOYSIO NUNES:
Em nota, o ministro Aloysio Nunes Ferreira informou que requereu, na manhã de segunda-feira, 13, por meio de seu advogado, o acesso ao conteúdo da delação da Odebrecht naquilo que possa lhe dizer respeito. "E não vai se pronunciar sobre suposta menção a seu nome até ter conhecimento do teor do documento", acrescentou.
COM A PALAVRA, A ASSESSORIA DE EUNÍCIO OLIVEIRA:
"O Senado Federal recebe com absoluta serenidade e confiança na Justiça o envio ao Supremo Tribunal Federal dos pedidos de investigação relacionados a alguns de seus integrantes.
Pedidos de investigação não convertem investigados em réus e nem são sentenças proferidas. Há que se obedecer e respeitar o amplo direito de defesa, uma das mais sólidas pedras basilares do Estado Democrático.
O Judiciário terá instrumentos de apuração, maturidade e firmeza para distinguir mentiras ou versões alternativas e a verdade dos fatos."
Assessoria de Imprensa
Presidência do Senado Federal
COM A PALAVRA, A ASSESSORIA DE AÉCIO NEVES:
"O senador Aécio Neves, na condiçãode presidente do partido,buscou apoio para diversos candidatos, sempre dentro do quedetermina a legislação, o que ficará provado ao fim das investigações, que ele considera extremamente importantes"
COM A PALAVRA, A ASSESSORIA DE JOSÉ SERRA:
O senador informou que só vai se manifestar quando o STF confirmar os nomes da nova lista de Janot
COM A PALAVRA, A ASSESSORIA DE BRUNO ARAÚJO:
"De acordo com a legislação eleitoral, solicitei doações para diversas empresas, inclusive a Odebrecht, como já foi anteriormente noticiado. O sistema democrático vigente estabelecia a participação de instituições privadas por meio de doações. Mantive uma relação institucional com todas essas empresas."
COM A PALAVRA, A ASSESSORIA DE KASSAB:
"Defendo as investigações, mas devemos aguardar informações oficiais e ser cautelosos com afirmações de colaboradores, que não são provas. Os atos praticados em campanha foram realizados conforme a legislação."
COM A PALAVRA, O EX-PRESIDENTE LULA:
Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva informaram que vão se manifestar porque não tiveram acesso ao teor completo da lista de Rodrigo Janot.
COM A PALAVRA, A EX-PRESIDENTE DILMA:
A defesa da ex-presidente Dilma Rousseff disse que não vai se pronunciar porque não tomou conhecimento do teor da lista de Janot.