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Lições de um ano desafiador

Por Denys Monteiro
Atualização:
Denys Monteiro. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

No dia 17 de março deste ano, teve início o maior desafio da história do mundo corporativo brasileiro e ninguém podia imaginar que isto estava prestes a acontecer. Naquela data, começou em São Paulo, estado que responde por boa parte do PIB nacional, o período de isolamento social imposto por conta da pandemia de Covid-19. As perspectivas ainda eram de um período restrito de paralisação das atividades econômicas, mas infelizmente a doença até hoje não permitiu o retorno à normalidade, tal como era antes.

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Com o passar do tempo e com o crescente entendimento de que as medidas de exceção perdurariam, as empresas tiveram que se reinventar, se digitalizar, implantar novas metodologias de trabalho, algumas delas, as mais dependentes das atividades presenciais ou com poucos recursos em caixa, simplesmente quebraram. Em 2020, vivemos uma crise sanitária inédita, em praticamente todo o planeta, com consequências graves para a economia.

No caso do segmento de Executive Search, uma atividade que sempre foi muito dependente do relacionamento interpessoal, de entrevistas olho no olho, as perspectivas eram desafiadoras. Até este momento, sempre houve a possibilidade da utilização de tecnologias de videoconferências para entrevistas, mas utilizada com parcimônia. Muito poucas posições haviam sido feitas de forma totalmente virtual até então, sem ao menos uma entrevista presencial. E mais, que empresa faria uma posição em plena pandemia, contratando um profissional de C-Level para que assumisse também de forma virtual, à distância de seu time, sem conhecer pessoalmente seus colaboradores?

Ocorre que a necessidade é mesmo a mãe de todas a invenções, ou, neste caso, reinvenções. E o mundo corporativo conseguiu se reinventar muito rapidamente, com uma adaptação inimaginável para um período tão curto. Apesar de todas as dificuldades, as empresas seguiram com muitos de seus planos e a crise, inclusive, fez aumentar a demanda por lideranças para conduzir os barcos durante a tormenta. Como se sabe, mar calmo não faz bom marinheiro, é na crise que são testados todos os skills requeridos para a gestão dos negócios.

É claro que muitas empresas postergaram ou modificaram seus planejamentos neste ano, ainda assim, a adaptação à rotina de home office foi tão surpreendente que muitas já cogitam adotar de alguma forma este modo de trabalho no futuro, de forma parcial ou até mesmo integral. Tudo aquilo que conhecíamos antes foi colocado em xeque, os grandes escritórios, com seus altos custos e nos quais todos trabalham juntos e próximos, em locais fechados, proporcionando a condição ideal para propagação de qualquer tipo de vírus, por exemplo, passaram a ser questionados.

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O que vem pela frente, em 2021, ninguém sabe, mas sabemos que será diferente do que era antes. Melhor do que fazer futurologia é olhar para os aprendizados deste ano tão singular. Em 2020, aprendemos o valor da resiliência, pudemos ver como as organizações conseguem ser ágeis em momentos de grande tensão e como nós, seres humanos, somos capazes de nos adaptar rapidamente a mudanças radicais de cenário. Não foi pouca coisa, todas as previsões de colapso completo da vida em sociedade não se realizaram, ao contrário, por alguns meses o que assistimos foi na verdade a uma intensa reinvenção, algo nunca antes visto na história da humanidade. Vidas se foram, é verdade, a elas devemos nosso tributo, mas muito mais vidas foram salvas com a mobilização dos profissionais de saúde, cientistas e também das empresas, governos e cidadãos. De tudo, o que fica é a esperança na capacidade humana. Que o próximo ano seja pleno se superação e realizações!

*Denys Monteiro é CEO da ZRG Brasil

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