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Liberdade de escolha e engajamento no onboarding

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Por Fernando Seacero
Atualização:
Fernando Seacero. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Um onboarding eficiente sempre foi um desafio para as empresas, principalmente nos últimos anos, com a chegada das novas gerações aos postos de trabalho. Hoje, com a pandemia, acabaram-se ou transformaram-se as integrações, visitas guiadas às unidades fabris ou escritórios, encontros de confraternização entre novatos e veteranos.

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Por outro lado, oferecer uma experiência fria e monótona - como as conference calls de horas - é uma tortura para os colaboradores (que recebem e são recebidos), com a certeza de que pouco do conteúdo é absorvido.

Quando a empresa conduz um processo passivo de integração dessa forma, ela perde o engajamento e a atenção das pessoas. Segundo Carmine Gallo, autor de diversos livros sobre a metodologia do TED Talks e storytelling, após 18 minutos de duração, se o tema não for de muito interesse, a mente da pessoa se desconecta do aprendizado. Em poucos minutos, a mente passa a buscar estímulos alternativos, mas você pode mantê-la atenta por meio de atividades, imagens ou histórias.

Um bom onboarding também não pode se limitar a um vídeo de boas-vindas e aulas ou apresentações gravadas. E, de um modo geral, se for inevitável seguir com conferências on-line de longa duração, é preciso tomar o cuidado de estimular a participação das pessoas durante estas chamadas, instigar a interação.

De olho em gerar engajamento e retenção do aprendizado nesta nova ordem das coisas, com home office e distanciamento social, buscando novas possibilidades de interação por meio digital, muitas das grandes empresas no Brasil já adotaram como solução a gamificação em plataformas digitais para o onboarding. Hoje, isso vai muito além do que apenas o uso de recursos de jogos.

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Já existem soluções que possibilitam uma experiência digital imersiva, com design e storytelling desenvolvidos em sinergia com a cultura do cliente, onde o colaborador pode aprender sobre a empresa, sua história e outros tópicos, como código de ética e conduta. Game, cenários para explorar, que fazem o papel de dar as boas-vindas são alguns recursos que ajudam a gerar emoção, para depois seguir jogando e aprendendo. Desafios são utilizados como um aquecimento, deixando o cérebro mais aberto para a aprendizagem.

A compreensão e utilização de alguns métodos em um projeto podem fazer muita diferença: o primeiro, e um dos mais importantes, é a liberdade do aluno em escolher a ordem dos aprendizados dentro da jornada. Com o diferencial da diversidade de formatos, o colaborador pode escolher o tempo, a velocidade, o ritmo de aprendizagem, e a grande sacada é poder escolher os recursos com os quais tem mais afinidade, o que aumenta o interesse e o engajamento.

Tecnologias já permitem ter liberdade na ordem dos aprendizados e marcar a presença digital em cada atividade. Há soluções que possibilitam interação, postagens e compartilhamentos em uma rede social "própria do projeto", assistir vídeos, descobrir enigmas, ler notícias e comunicados do processo disponibilizados pelo gestor. A similaridade com uma rede social, intuitivamente, leva o colaborador a acompanhar notícias, postar seus avanços, compartilhar conhecimentos com os colegas.

Enquanto isso, as ferramentas e relatórios hoje disponibilizados também pela inteligência de dados permite ao gestor visualizar as jornadas disponíveis, divididas entre novas, em progresso e concluídas - quando em progresso, elas se abrem em trilhas, fóruns e campos para feedbacks. Também já há formas para garantir que a presença em uma atividade seja pontuada apenas se realizada do início ao fim.

Isso vai além do uso de um game para o onboarding. Trata-se de fazer uma escolha e entender quando e de que forma usar a gamificação. Fora do game, a parte social, os encontros presenciais ou a chamada de vídeo podem ser grandes oportunidades para se relacionar, interagir, compreender, receber feedbacks, trocar e evoluir como os seres que somos, seres que adoram jogar e que precisam do contato humano.

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Sabemos que os primeiros 90 dias são cruciais para efetivamente haver o encantamento e o engajamento do novo colaborador. E é isso que todos esperam de um bom onboarding.

*Fernando Seacero é fundador da i9Ação

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