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Lewandowski manda para Corregedoria do MPF denúncia de que Lava Jato 'negociou' compra de equipamento de espionagem

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Por Redação
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O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal. Foto: Nelson Jr./SCO/STF

Na esteira das mensagens apreendidas na Operação Spoofing, a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolou petição nesta segunda-feira, 26, no Supremo Tribunal Federal sustentando que a força-tarefa da Operação Lava Jato teria 'negociado a contratação' de equipamentos de 'espionagem cibernética', incluindo o Pegasus - spyware de uso militar que ganhou as manchetes internacionais após um consórcio de imprensa mostrar que ele foi usado em ao menos 10 países para espionar 37 celulares pertencentes a jornalistas, ativistas de direitos humanos e executivos.

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A petição é mais uma que a defesa de Lula apresenta ao STF no âmbito de reclamação que garantiu ao petista acesso às mensagens apreendidas no âmbito da investigação que que mirou hackers de autoridades, como o ex-juiz Sérgio Moro e procuradores da Lava Jato em Curitiba. O processo é relatado pelo ministro Lewandowski, que encaminhou o documento ao Procurador-Geral da República e à Corregedoria-Geral do Ministério Público Federal.

No documento enviado ao STF, a defesa de Lula apresenta dois conjuntos de conversas apreendidas na Spoofing, sendo que o primeiro deles menciona a ideia de criar um 'bunker de investigação' no gabinete do ex-chefe da força-tarefa, Deltan Dallagnol.

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Já em uma outra sequência de diálogos atribuídos aos procuradores, menciona-se uma reunião da força-tarefa da Lava Jato no Rio com uma empresa de Israel, sobre uma 'solução' que 'invade celulares em tempo real'. Nas mensagens também são citados 'problemas, como o custo, e óbices jurídicos a todas as funcionalidades'. Ainda ao longo do diálogo, um dos integrantes do grupo 'Filhos de Januário' envia um link que 'fala sobre' o equipamento Pegasus.

Em nota, a força-tarefa da Lava Jato reagiu ao teor das mensagens, afirmando que o sistema Pegasus da empresa NSO Group não foi adquirido pelo Ministério Público Federal no Paraná. A Procuradoria também afirmou que 'jamais negociou a aquisição de qualquer equipamento ou sistema', argumentando que tal atribuição é da adminstração do MPF.

"Várias empresas procuraram a Lava Jato para oferecer soluções tecnológicas ao longo dos anos, as quais foram atendidas para que se pudesse conhecer os sistemas e avaliar se sua aquisição seria de interesse público. Nos casos em que as soluções se mostravam viáveis e potencialmente úteis para os trabalhos, as propostas foram encaminhadas para a Administração do MPF, o que não foi o caso do sistema referido", diz o texto.

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