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Lewandowski libera a Renan Calheiros acesso às mensagens hackeadas da Lava Jato

Decisão autoriza consulta somente ao acervo que cite o parlamentar, que se tornou réu no Supremo em dezembro de 2019 por corrupção e lavagem de dinheiro

Por Paulo Roberto Netto
Atualização:

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, concedeu acesso ao senador Renan Calheiros (MDB-AL) às mensagens hackeadas do ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro e integrantes da força-tarefa da operação, apreendidas na Operação Spoofing. A autorização engloba somente mensagens que citem o parlamentar. A decisão está sob segredo de Justiça.

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Investigado em nove inquéritos do Supremo, Renan foi posto no banco dos réus pela Corte em dezembro de 2019 após a Segunda Turma aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato. A acusação mira suposto pagamento de propinas do então presidente da Transpetro, Sérgio Machado, a diretórios estaduais e municipais do MDB. A peça foi assinada em 2017 pelo então procurador-geral Rodrigo Janot.

Além de Renan Calheiros, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ) também pediram acesso ao conteúdo das mensagens, mas tiveram os pleitos rejeitados por Lewandowski. Nestes casos, o ministro negou o pedido de extensão de decisão por considerar que não ficou demonstrada semelhança entre os processos de Cunha e Cabral aos do ex-presidente Lula. O ministro também rejeitou pedido de compartilhamento das mensagens solicitado pelo ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) no plenário do Senado Federal, em Brasília. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O senador é hoje o relator da CPI da Covid, que irá apurar a condução da pandemia pelo governo federal, foco de preocupação do Planalto. Em entrevista ao Estadão, Renan afirmou que a CPI não iria se transformar numa "Comissão Parlamentar de Inquisição". E tem repetido que a CPI não é inimiga de ninguém, "mas, sim, da pandemia".

Apesar da declaração, o governo Bolsonaro sabe que o trabalho de Renan na CPI pode desgastar o presidente. O senador tem feito oposição sistemática à gestão federal, além de ter dado declarações que acenam a possível apoio à uma eventual candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.

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