PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Lewandowski diz que informações do governo para evitar 'fura-filas' da vacina são insuficientes e cobra novo plano

No último dia 08, ministro determinou que Ministério da Saúde detalhasse quem teria preferência nos grupos prioritários de vacinação; em nova decisão, Lewandowski afirma que informações apresentadas ainda são insuficientes

Por Paulo Roberto Netto
Atualização:

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, considerou insuficiente as informações prestadas pelo governo Jair Bolsonaro ao detalhar quem teria preferência dentro dos grupos prioritários da vacinação contra covid-19. A medida visa evitar casos de 'fura-fila', como o de profissionais da saúde que não atuam na linha de frente da pandemia, como veterinários e instrutores de academia, sejam vacinados antes de profissionais da saúde que lidam diretamente com pacientes de covid.

PUBLICIDADE

No último dia 08, Lewandowski determinou ao governo que explicasse, com critérios objetivos, uma ordem de preferência entre classes e subclasses da vacinação. Na nova decisão, Lewandowski aponta que a pasta não enviou todas as informações cobradas e determinou que sejam apresentadas em até cinco dias.

Em manifestação enviada ao Supremo, a Advocacia-Geral da União afirmou que, até então, o único subgrupo na lista de prioritários à vacinação envolve trabalhadores de saúde. O grupo incluiria 'equipes de vacinação que estivessem inicialmente envolvidas na vacinação dos grupos; trabalhadores das Instituições de Longa Permanência de Idosos e de Residências Inclusivas; trabalhadores dos serviços de saúde públicos e privados em unidades de referência para atendimento aos casos suspeitos e confirmados de covid-19'.

Lewandowski, porém, afirmou que os esclarecimentos ainda não foram suficientes.

Publicidade

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal. Foto: Nelson Jr./SCO/STF

"Deixou de esclarecer, pormenorizadamente, quais os subgrupos que terão preferência na vacinação, dentro dos grupos considerados prioritários, com a indicação dos critérios técnico-científicos para uma tal opção, apontando, em particular, as pessoas ou profissionais que serão imunizados antes dos outros, por exemplo, dentro do Grupo 4 (Trabalhadores de Saúde), do Grypo 19 (Trabalhadores de Educação do Ensino Básico), do Grupo 20 (Trabalhadores de Educação do Ensino Superior), do Grupo 21 (Forças de Segurança e Salvamento), do Grupo 22 (Forças Armadas), do Grupo 23 (Trabalhadores de Transporte Coletivo Rodoviário de Passageiros) e do Grupo 27 (Caminhoneiro", anotou o ministro.

A necessidade de um maior detalhamento de cada grupo de vacinação, segundo Lewandowski, é importante devido à 'enorme heterogeneidade dos indivíduos' que integram cada categoria, seja em ternos de idade, saúde, atividade e contato direto com a doença.

A decisão do ministro foi tomada na análise de pedidos apresentados pela Rede Sustentabilidade. O partido acionou o tribunal pedindo que seja determinado ao governo a apresentação de uma previsão de organização da vacinação dentro do extenso grupo de risco, de forma que haja uma ordem de preferência entre classes e subclasses. A legenda também quer a publicidade dos nomes dos vacinados para que os 'furadores de fila' possam ser sujeitas à responsabilização.

Para a Rede, o plano de imunização do governo é 'ainda muito genérico', de forma que, sem uma adequada operacionalização da vacina em fases bem distintas, ou seja, sem a definição de uma ordem de preferências 'dentro de todos os grupos preferenciais', poderá haver situações de injustiça.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.