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Leviatã espreita filho de Lobão e apadrinhado de Jader

Nova fase da Lava Jato, autorizada pelo ministro Fachin, mira Márcio Lobão por suposta propina nas obras de Belo Monte e Angra 3, e ainda o ex-senador Luiz Otávio, do PMDB do Pará

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Foto do author Fausto Macedo
Por Beatriz Bulla , Fabio Serapião , Fabio Fabrini e Fausto Macedo
Atualização:
 Foto: Estadão

A Polícia Federal (PF) realiza nesta manhã a Operação Leviatã, desdobramento da Lava Jato na Corte, onde cumpre busca e apreensão autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em inquérito que investiga se integrantes da cúpula do PMDB receberam propina pela obra da usina de Belo Monte. São cumpridos seis mandados de busca e apreensão em Brasília (DF), Belém (PA) e no Rio de Janeiro (RJ), todos solicitadas pela PF.

Os alvos da operação de hoje são ligados aos senadores do PMDB Edison Lobão (MA) e Jader Barbalho (PA). O primeiro alvo é Márcio Lobão, filho do senador, que já foi citado na delação do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. O outro alvo da operação de hoje é o ex-senador Luiz Otávio Campos, considerado por investigadores um apadrinhado político de Barbalho.

O ex-senador Luiz Otávio. Foto: Divulgação

Lobão é hoje o atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado, responsável por sabatinar o novo ministro do STF e também o futuro procurador-geral da República.

 Foto: Estadão

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Os nomes de Márcio Lobão e de Luiz Otávio Campos foram indicados na delação do executivo da Andrade Gutierrez Flávio Barra, que relatou pagamentos realizados pela empreiteira pelas obras da usina hidrelétrica de Belo Monte e também pela usina de Angra 3.

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Segundo o ex-diretor da Andrade Gutierrez, integrante do consórcio construtor de Belo Monte, entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões foram repassados ao senador Edison Lobão (PMDB) pelas obras deAngra 3 e R$ 600 mil de Belo Monte. De acordo com o delator, o valor relacionado a Belo Monte foi entregue em espécie na casa de Márcio Lobão, filho do senador.Ainda em sua delação, o executivo disse que a propina em Belo Monte era de 0,5% para o PT e 0,5% para o PMDB - percentual sobre o valor do contrato.

Jader Barbalho. Foto: Divulgação

As buscas de hoje são feitas nas residências e escritórios de trabalho dos alvos, suspeitos de fazerem o repasse de valores aos políticos que estão na mira do inquérito. Os investigados podem responder por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O DEPOIMENTO DE SÉRGIO MACHADO SOBRE LOBÃO:

A operação foi autorizada pelo ministro Luiz Edson Fachin. Apesar de ser o novo relator da Lava Jato no STF desde a morte de Teori Zavascki, Fachin já era o relator das investigações sobre Belo Monte - que ficaram desmembradas no STF das apurações que envolviam a Petrobrás.

No inquérito, são investigados, além de Lobão e Barbalho, os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO). Procuradoria-Geral da República e Polícia Federal investigam, neste inquérito, se foi feito pagamento de propina de 1% sobre o valor dos contratos assinados pelas obras de Belo Monte a partidos políticos envolvidos na liberação do projeto da hidrelétrica. A suspeita é de que as empresas que integram o consórcio responsável pela obra fizeram o pagamento.

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Leviatã. O nome da Operação é uma referência à obra "O Leviatã", de Thomas Hobbes, que afirma que o "homem é o lobo do homem".

O escritorio do advogado de Márcio Lobão, Aristides Junqueira, informou que não vai comentar a ação da PF.

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