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Leia todo inquérito da PF sobre Chico com R$ 33 mil na cueca

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Por Redação
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O senador Chico Rodrigues (DEM-RR), ex-vice-líder do governo Jair Bolsonaro. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O ministro Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso decidiu nesta quarta, 21, levantar o sigilo da Operação Desvid-19, que apura suposta participação do senador Chico Rodrigues, ex-vice-líder do governo Bolsonaro no Senado, em fraudes e desvio de verbas destinados ao combate da pandemia de Covid-19 em Roraima. Os autos detalham as suspeitas e provas obtidas ao longo da investigação que acabou flagrando Chico Rodrigues com R$ 33 mil na cueca durante ofensiva aberta no último dia 14.

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Nos documentos há ainda a descrição de outros valores e objetos que foram apreendidos na casa do senador em Roraima. Havia R$ 10 mil e US$ 6 mil em um cofre na residência, além dos R$ 33 mil escondidos nas vestes íntimas do senador. Na operação, a PF também encontrou o que parece ser uma pepita de ouro.

Dias após a ofensiva, o o senador informou que o dinheiro era para pagar empregados. Ele alega inocência, mas se afastou por 121 dias do Senado, pressionado pelos colegas.

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Como mostrou o Estadão, os investigadores suspeitam de uma organização criminosa instalada no âmbito da Secretaria de Saúde de Roraima dedicada à prática de crimes licitatórios e delitos contra a Administração Pública, como peculato. O senador Chico Rodrigues integraria um dos núcleos políticos do grupo criminoso que foram identificados ao longo das investigações, indica a Polícia Federal.

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Ao longo das investigações a PF encontrou diversos indícios de 'ingerência' de Chico Rodrigues sobre a Saúde de Roraima. Mensagens de um dos investigados, que resolveu entregar o esquema, apontam que o senador monitorava o andamento de contratações na pasta indicam que ele teve influência na nomeação até de um secretário.

Além disso, as investigação mira o relacionamento de Chico Rodrigues com empresas suspeitas de irregularidades em contrato. Uma delas, a Haiplan Construções Comercio e Serviço LTDA - que é apontada pela PF como próxima ao senador - vendeu ao governo de Roraima máscaras de proteção a um preço 26 vezes mais caro do que o custo original. Segundo a corporação, o senador flagrado com dinheiro na cueca ajudou a negociar um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para transportar os equipamentos de proteção individual.

Já a empresa Quantum, também investigada teria fechado contrato com sobrepreço de R$ 956 mil com a Secretaria de Saúde de Roraima para o fornecimento de testes rápidos para diagnóstico do novo coronavírus. Segundo a PGR, a licitação teria sido direcionada por meio de um ex-servidor da pasta, Francisvaldo de Melo Paixão, e por Jean Frank Padilha Lobato.

Jean Frank é marido da assessora parlamentar do senador, Samara de Araujo Xaud, e teria representado a Quantum nas tratativas com o governo do Estado. Além disso, ele é investigado em outro inquérito que corre junto ao STF, de relatoria da ministra Cármen Lúcia, por supostamente atuar como operador de Chico em fraudes licitatórias ocorridas no âmbito de Distritos Sanitários Indígenas de Roraima.

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COM A PALAVRA, O SENADOR CHICO RODRIGUES

A reportagem enviou uma série de perguntas ao senador Chico Rodrigues e à sua defesa sobre as informações do inquérito. Em resposta, os advogados Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso e Yasmin Handar disseram que 'o Senador Chico Rodrigues dialoga, diuturnamente, no âmbito de suas funções, com políticos, servidores públicos, empresários e outros profissionais com as mais diversas pautas e demandas referentes ao Estado de Roraima'.

"O Senador jamais intercedeu indevidamente em prol de qualquer interesse privado no âmbito de contratações no Estado de Roraima ou em qualquer outro órgão. As investigações irão provar que ele não cometeu qualquer irregularidade no exercício de suas funções. O Senador está à disposição das autoridades para esclarecer quaisquer dúvidas a respeito dos fatos em apuração", disse a defesa.

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