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Leia a nova denúncia contra Sérgio Cabral

Ministério Público Federal apresenta à Justiça 29.ª acusação formal contra ex-governador do Rio, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro; emedebista, que agora confessa seus crimes, já está condenado a 198 anos de prisão

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Por Pepita Ortega
Atualização:

Sérgio Cabral. Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral, o ex-secretário estadual da Casa Civil Regis Fichtner Pereira e o coronel da Policia Militar Fernando França Martins foram denunciados nesta quarta-feira, 20, pelo Ministério Público Federal, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O coronel foi denunciado ainda por pertinência à organização criminosa. A ação faz parte da Operação Consigliere, um dos braços da Lava Jato no Rio.

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DENÚNCIA

Cabral já está condenado a 198 anos de prisão. Depois de passar anos a fio negando enfaticamente ligação com os crimes que lhe são atribuídos pela Procuradoria, o ex-governador adotou nova estratégia e virou réu confesso - ele disse ao juiz Marcello Bretas, da 7.ª Vara Criminal Federal do Rio que tem 'vício pelo poder e dinheiro'.

A investigação aponta que Regis recebeu cerca de R$ 4,8 milhões de propina com o consentimento de Cabral e é considerado uma figura central do braço administrativo da organização criminosa liderada pelo ex-governador.

Segundo a denúncia, Fichtner foi nomeado secretário estadual da casa civil para "garantir os "arranjos jurídicos" necessários para viabilizar os planos do ex-governador. Em um relato mencionado na denúncia, Cabral confirma o pagamento de mesadas e bonificações a titulo de propina. O ex-governador é condenado a quase 200 anos de prisão e está preso desde novembro de 2016.

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O coronel Fernando França é apontado como operador financeiro e homem de confiança de Regis, sendo responsável pelo recebimento e repasse das vantagens indevidas.

O coronel trabalhou para a Secretaria do Estado do Rio de Janeiro desde 2007. Entre 2014 e 2016, foram identificadas dezenas de pagamentos para Fernando Martins nas informações bancárias de Fichtner, somando R$ 724 mil.

A denúncia aponta ainda que a ligação entre o PM e o ex-secretario estadual da casa civil vai além do recebimento de recursos ilícitos.

A investigação identificou que o filho de Fernando França Martins, Fábio Braga Martins, ocupava desde dezembro de 2016, o cargo de secretário nível II na Coordenadoria Militar da Procuradoria-Geral do Estado, tendo por uma das atribuições acessar dados de natureza sigilosa no interesse do órgão.

Os pagamentos periódicos dos valores em espécie destinados a Fichtner eram, em parte, entregues pela empresa Transexpert e pelos doleiros Renato e Marcelo Chebar, de acordo com registros do sistema 'ST'.

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Os irmãos, doleiros de Cabral, eram identificados no sistema de controle dos colaboradores por meio do codinome 'Curió'.

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