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Leia a decisão que bloqueia R$ 128 mi de Aécio

Por supostas propinas da J&F em um período de três anos e meio, o juiz federal João Gonçalves Batista Leite, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, decretou cautelar contra deputado federal tucano

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Por Luiz Vassallo , Fausto Macedo e Julia Affonso
Atualização:

Reprodução de trecho da decisão Foto: Estadão

Por supostas propinas do Grupo J&F, dono da JBS, em um período de três anos e meio, o juiz federal João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, bloqueou R$ 128 milhões do deputado federal Aécio Neves (PSDB). A cautelar abrange investigações sobre diversos anexos da delação do executivo Joesley Batista, e mira, desde a compra de suposto apoio político à candidatura à Presidência da República, em 2014, até suposta mesada ao tucano. Em contrapartida, o Ministério Público Federal sustenta que ele teria prometido benefícios fiscais.

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"Além disso, são apresentados nos autos elementos de informação para demonstrar que práticas de lavagem de capitais estariam em curso desde as primeiras tratativas para recebimento dos valores de origem suspeita.Portanto, encontra-se demonstrado o requisito do periculum in mora necessário para a decretação da medida de sequestro dos valores com possível proveniência ilícita", anotou o magistrado.

COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA ALBERTO ZACHARIAS TORON, QUE DEFENDE AÉCIO

NOTA

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A defesa considera inusitada e incompreensível a determinação de bloqueio das contas pessoais do deputado Aécio Neves e já apresentou recurso contra ela.

Primeiro porque os valores referem-se, na sua grande maioria , segundo os próprios delatores, a doações eleitorais feitas pela JBS a diversos partidos políticos em 2014. Doações, inclusive, declaradas ao TSE.

Depois, o destino final desses recursos comprovadamente foram os diferentes partidos políticos da coligação do PSDB. Nunca houve sequer uma acusação de que o deputado Aécio tenha se beneficiado pessoalmente de nenhum centavo.

Registre-se que os aventados R$ 128 milhões nunca entraram, saíram ou transitaram nas contas do deputado, que, ao longo dos anos, não chegou a ter como saldo, entre conta bancária e aplicação financeira, sequer 1% de tal valor.

Por fim, a defesa reafirma a falsidade das acusações feitas pelos delatores da JBS na busca desesperada pela validação de seu acordo de delação e aguarda a conclusão das investigações para o restabelecimento da verdade.

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Alberto Zacharias Toron Advogado

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