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Leia a decisão judicial que põe Paulinho da Força sob suspeita de caixa 2 de R$ 1,7 mi e lavagem de dinheiro

Em despacho de 22 páginas, juiz Marco Antonio Martin Vargas, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, acolhe ofensiva da Operação Lava Jato e ordena buscas no gabinete e no apartamento funcional do deputado presidente do Solidariedade e também na sede da Força Sindical

Foto do author Pepita Ortega
Foto do author Fausto Macedo
Por Pepita Ortega e Fausto Macedo
Atualização:

Operação Dark Side cumpriu mandado de busca no gabinete do deputado Paulinho da Força. Foto: Gabriela Biló/Estadão

A Operação Dark Side, desdobramento da Lava Jato que mira o deputado Paulinho da Força (Solidariedade), foi desencadeada na manhã desta terça, 14, por determinação do juiz Marco Antonio Martin Vargas, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo. Segundo o magistrado, da análise dos elementos da investigação, era possível extrair 'indícios suficientemente seguros - e até contundentes para o momento de cognição sumária -' quanto ao recebimento de quantias vultosas não contabilizadas em favor das campanhas eleitorais de Paulinho da Força aos cargos de deputado federal, em 2010, e prefeito de São Paulo, em 2012 - totalizando R$ 1,7 milhão.

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Na representação enviada à Justiça, os investigadores apontaram ainda que os valores foram creditados pela JBS, a despeito da ausência de declaração ao Tribunal Superior Eleitoral, e ainda teriam sido empregadas 'manobras próprias ao delito de lavagem de dinheiro para ocultar e dissimular a procedência dos valores'.

Ouça a Lava Jato no encalço de Paulinho da Força:

A 'Dark Side' fez buscas no gabinete do parlamentar, em seu apartamento funcional e ainda na sede da Força Sindical em São Paulo. Ao todo, os agentes cumpriram sete mandados de busca e apreensão em São Paulo e em Brasília.

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Trata-se da primeira fase da operação Lava Jato junto à Justiça Eleitoral de São Paulo desde o entendimento do Supremo Tribunal Federal que reafirmou a competência da mesma para analisar crimes conexos aos delitos eleitorais.

Além de autorizar o cumprimento dos mandados de busca, Vargas também determinou o bloqueio de bens dos investigados. O maior montante bloqueado foi o de Paulinho da Força, justamente o valor que o parlamentar teria recebido por caixa 2.

Segundo a PF, os pagamentos teriam ocorrido por meio da 'simulação da prestação de serviços advocatícios e também mediante o pagamento de valores em espécie, contando para isso com doleiros'.

A corporação apontou ainda que o escritório de advocacia supostamente envolvido na simulação da prestação de serviços tinha como um dos seus sócios o genro do parlamentar.

Prédio da Força Sindical foi alvo de busca na manhã desta terça, 14. Foto: Felipe Rau/Estadão

COM A PALAVRA, O DEPUTADO

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"O deputado Paulo Pereira da Silva foi alvo de mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça Eleitoral de São Paulo.

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O parlamentar desconhece os fatos apurados e está tomando ciência da apuração pela imprensa na medida em que sequer lhe foi fornecida cópia da decisão que autorizou as buscas.

Em nota, Paulinho da Força afirmou que desconhece os fatos apurados e que não teve acesso à decisão que autorizou as buscas. O parlamentar disse ainda que suas contas das eleições de 2010 e 2012 foram aprovadas regularmente pela Justiça Eleitoral

Caso os mandados digam de fato respeito a alegado caixa dois dos anos de 2010 e 2012, a partir da delação da JBS, conforme notícias veiculadas, o deputado lamenta o ocorrido na data de hoje tendo em vista que já são passados 10 anos desde os fatos apontados, sendo que suas contas das eleições de 2010 e 2012 foram aprovadas regularmente pela Justiça Eleitoral.

Por fim, o parlamentar confia que a apuração chegará à conclusão de que os fatos trazidos não possuem nenhum fundamento".

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COM A PALAVRA, A FORÇA SINDICAL

A reportagem entrou em contato com a Força Sindical. O espaço está aberto para manifestações.

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