Atualizada às 19h55
Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba, Julia Affonso e Mateus Coutinho
O procurador da República Deltan Dallagnol, que integra a força-tarefa da Operação Lava Jato, declarou que "existem evidências" de que o ex-deputado André Vargas (ex-PT), preso sob suspeita de corrupção, "conseguiu a aprovação de um termo de parceria entre o Ministério da Saúde e o laboratório Labogen (empresa controlada pelo doleiro Alberto Youssef)".
"(Vargas) tinha entrada no Ministério da Saúde", disse o procurador.
Documento
VEJA A DENÚNCIA CONTRA PEDRO CORRÊADocumento
VEJA A DENÚNCIA CONTRA LUIZ ARGÔLODocumento
VEJA A DENÚNCIA CONTRA ANDRÉ VARGASEle relatou, ainda, movimentos de Vargas na Caixa Econômica Federal no âmbito de contratos de publicidade. A força tarefa identificou "várias ligações para um terminal de um diretor (da Caixa) diretamente pelo celular de André Vargas". Para os procuradores, a rotina de telefonemas do ex-parlamentar do PT "indica o poder de influência que ele tinha dentro dessas instituições".
O procurador Deltan Dallagnol ressaltou que os contratos de publicidade com a Caixa e o Ministério da Saúde "serão objeto de aprofundamento das investigações".
A força-tarefa da Lava Jato denunciou criminalmente à Justiça Federal os ex-deputados Pedro Corrêa (PP/PE), Luiz Argôlo (SD/BA), André Vargas (ex-PT/PR) e Aline Corrêa (PP-PE). São os primeiros políticos envolvidos no esquema de corrupção e propinas na Petrobrás formalmente denunciados pelo Ministério Público Federal. Ao todo, 13 pessoas foram denunciadas.
COM A PALAVRA, A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL.
A Caixa Econômica Federal esclarece que nos relatórios da Polícia Federal e na acusação oferecida hoje pelo Ministério Público, no âmbito da Operação A Origem, não houve nenhuma denúncia relativa a prática de irregularidades pela CAIXA ou por seus empregados.
Desde que tomou conhecimento dos fatos, a CAIXA prestou integral colaboração à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal, enviando documentos e informações, conforme dados constantes na peça de acusação. A CAIXA instaurou apuração interna para os fatos objeto da investigação que envolvem as empresas IT7 e Borghi-Lowe. Os trabalhos da comissão estão em andamento.
A CAIXA ressalta que estão suspensos, desde o dia 10 de abril, todos os pagamentos de serviços prestados pelas empresas IT7 e Borghi-Lowe. Além disso, o contrato com Borghi venceu em abril de 2015, não tendo sido renovado. Não foi autorizada, desde a deflagração da operação policial mencionada, a execução de novos serviços pelas empresas citadas.
A CAIXA ratifica que continua à disposição da Polícia Federal, Ministério Público, Controladoria Geral da União e Tribunal de Contas da União para os esclarecimentos necessários."
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