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Lava Jato pede condenação de Palocci, Odebrecht, Santana e Mônica, mais multa de R$ 32 mi

Em alegações finais, força-tarefa da Lava Jato pede também que não seja concedido nenhum benefício ao ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque, que confessou crimes em segundo interrogatório na ação e busca fechar acordo de delação premiada

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Por Julia Affonso e Ricardo Brandt
Atualização:

Antonio Palocci. Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters

A Procuradoria da República, no Paraná, pediu em alegações finais na Operação Lava Jato a condenação do ex-ministro Antonio Palocci (Casa Civil/Fazenda-Governos Lula e Dilma) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A força-tarefa cobra R$ 32.110.269,37, valor correspondente à suposta propina paga pela empreiteira Odebrecht por contratos de afretamento de sondas com a Petrobrás, objeto desta ação penal.

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Documento

CONDENAÇÃO

Os procuradores querem também a condenação do empreiteiro Marcelo Odebrecht, de Branislav Kontic (ex-assessor de Palocci) e do casal de marqueteiros de campanhas do PT João Santana e Mônica Moura por corrupção e lavagem de dinheiro e dos ex-funcionários do setor de propinas da Odebrecht Hilberto Mascarenhas, Luiz Eduardo Soares, Fernando Migliaccio, Olivio Rodrigues e Marcelo Rodrigues por lavagem de dinheiro. O Ministério Público Federal quer ainda a condenação do ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque, do ex-gerente da estatal Eduardo Musa, o ex-presidente da Sete Brasil João Carlos Ferraz e do ex-tesoureiro do PT João Vaccari por corrupção passiva.

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A força-tarefa pediu a absolvição de Marcelo Odebrecht de seis condutas de corrupção ativa 'por falta de provas suficientes para a condenação', referentes aos contratos firmados pelo estaleiro Enseada do Paraguaçu e a Petrobrás por intermédio da Sete Brasil e também do executivo Rogério Araújo pelo mesmo crime.

Nesta ação são delatores Marcelo Odebrecht e os executivos da empreiteira, o casal de marqueteiros, João Ferraz e Eduardo Musa. Para eles, os procuradores pedem ao juiz federal Sérgio Moro que sejam observados os termos dos acordos de colaboração.

"Quanto aos demais acusados, requer-se que o cumprimento se dê inicialmente no regime fechado", solicitou a força-tarefa.

Antonio Palocci e Renato Duque tentam fechar seus acordos de colaboração.

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No documento de alegações finais, o Ministério Público Federal solicita ainda ao juiz federal Sérgio Moro que não conceda 'nenhum benefício' a Renato Duque. O ex-diretor ficou em silêncio em seu primeiro interrogatório nesta ação penal. Pediu ao magistrado para falar e foi ouvido em nova audiência.

No segundo depoimento, Duque confessou crimes e apontou para o ex-presidente Lula. Segundo o ex-diretor, o 'grande chefe Lula' mandou Vaccari arrecadar propina antes mesmo de ser tesoureiro do PT.

"É certo que não foi celebrado pelo Ministério Público Federal nenhum acordo de colaboração com Renato Duque", afirma o Ministério Público Federal. "Do teor de seu novo interrogatório não se extraem requisitos para a concessão de nenhum benefício a Renato Duque, devendo ele responder de modo pleno pelos crimes que praticou."

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