Da Redação
11 de março de 2018 | 05h51
A força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro ganhou nesta quarta-feira, 7, o Diploma de Mérito do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A premiação, criada em 2011, acontece anualmente no mês de março com o objetivo de homenagear personalidades e instituições que tenham se destacado na prevenção e combate à lavagem de dinheiro ou ao financiamento do terrorismo.
As informações foram divulgadas pelo site da Procuradoria da República no Rio de Janeiro.
Para escolher os homenageados, o Coaf considera a realização de relevantes serviços, trabalhos ou estudos na prevenção e combate à lavagem de dinheiro ou ao financiamento do terrorismo ou que tenham beneficiado ou apoiado o conselho no desempenho de suas atividades; bem como a prática de ato, contribuição para fato ou exercício de função que justifiquem a prestação de homenagem especial por parte do Coaf. Este ano, outras 11 pessoas ou instituições foram homenageadas.
A força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro foi criada em junho de 2016 para investigar supostos crimes de corrupção, desvio de verbas e fraudes em licitações e contratos na Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás, especialmente na construção da usina nuclear Angra 3.
Com o aprofundamento das investigações, especialmente na Operação Saqueador e a partir das colaborações de executivos das empreiteiras Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia, entre outras provas colhidas, descortinou-se amplo esquema de corrupção e lavagem de dinheiro no Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Em novembro de 2016, o ex-governador Sérgio Cabral foi preso, apontado como líder da organização criminosa que recebia vantagens indevidas para garantir contratos de obras com o Estado. Desde então, as investigações já abarcaram contratos das Secretarias de Obras e de Saúde do Estado do Rio de Janeiro e das Secretarias de Transportes e de Obras do Município do Rio de Janeiro, chegando até mesmo a um esquema internacional de compra de votos para a escolha da cidade como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
“O Coaf tem se mostrado um dos maiores aliados da força-tarefa nas investigações e tem contribuído decisivamente para desvendar os crimes de lavagem de dinheiro e corrupção”, afirma o procurador da República Eduardo El Hage, coordenador da força-tarefa.
Números – Desde 2016, foram realizadas 20 operações em conjunto com a Polícia Federal e a Receita Federal, que resultaram em 33 denúncias com 153 acusados por 11 tipos diferentes de crimes. Mais de R$ 451,5 milhões foram ressarcidos e pagos em multas compensatórias decorrentes de acordos de colaboração e foi solicitado o bloqueio de bens dos acusados no valor de R$ 2,34 bilhões para reparação de danos. Até o momento, foram 5 sentenças com 37 condenados e penas que somam mais de 486 anos de reclusão. Em março de 2017, a devolução de R$ 250 milhões aos cofres públicos possibilitou o pagamento do 13º atrasado a 146 mil aposentados e pensionistas do estado do Rio de Janeiro. Já em fevereiro de 2018, foi assinado um termo de cooperação técnica que possibilitará a aplicação de recursos recuperados em reformas estruturais de onze escolas da rede estadual de ensino.
Atualmente, a força-tarefa é composta pelos procuradores regionais da República Leonardo Cardoso de Freitas e José Augusto Vagos e pelos procuradores da República Eduardo El Hage, Rodrigo Timóteo, Rafael Barretto, Sérgio Pinel, Felipe Bogado, Stanley Valeriano, Fabiana Schneider, Marisa Ferrari e Almir Sanches.
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