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Lava Jato diz que 'criminoso agressivo, sorrateiro' usou máscaras digitais para clonar celulares dos procuradores

Força-tarefa do Ministério Público Federal no Paraná afirma que hacker invadiu suas comunicações pelo aplicativo Telegram, está agindo desde abril e se aproveitou de 'falhas estruturais na rede de operadoras de telefonia móvel'

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Por Redação
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A força-tarefa do Ministério Público Federal no Paraná, base e origem da Operação Lava Jato, declarou nesta segunda, 10, que seus procuradores foram alvo da ação de 'criminoso agressivo, sorrateiro'. A Lava Jato destacou, em nota, que hacker invadiu suas comunicações pelo aplicativo Telegram e se aproveitou de 'falhas estruturais na rede de operadoras de telefonia móvel' para clonar números de celulares de seus procuradores.

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Neste domingo, 9, o site The Intercept divulgou diálogos entre o coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, e o ex-juiz Sérgio Moro, hoje ministro da Justiça e Segurança Pública. As conversas sugerem interferência direta de Moro nos rumos da Lava Jato, inclusive 'arranjo' e reordenamento das fases da grande operação que desmontou esquema de corrupção e cartel na Petrobrás.

"O modo de agir agressivo, sorrateiro e dissimulado do criminoso é um dos pontos de atenção da investigação", diz a força-tarefa. "Aproveitando falhas estruturais na rede de operadoras de telefonia móvel, o hacker clonou números de celulares de procuradores e, durante a madrugada, simulou ligações aos aparelhos dos membros do Ministério Público Federal."

"Para tanto, valeu-se de 'máscaras digitais', indicando como origem dessas ligações diversos números, como os dos próprios procuradores, os de instituições da República, além de outros do exterior", segue a nota do Ministério Público Federal.

Segundo a força-tarefa 'as ligações eram feitas durante a noite com o objetivo de identificar a localização da antena (ERB) mais próxima do aparelho celular, viabilizando assim a intrusão, além de fazer com que o ataque não fosse descoberto'.

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"O hacker ainda sequestrou identidades, se passando por procuradores e jornalistas em conversas com terceiros no propósito rasteiro de obter a confiança de seus interlocutores e assim conseguir mais informações", ressalta a nota da força-tarefa.

"O hacker ainda tentou fazer contato com alguns procuradores utilizando-se de identidade virtual falsa e com tom intimidatório, mas suas investidas não foram aceitas pelos procuradores. Além disso, foram identificadas tentativas de ataques cibernéticos a familiares próximos de procuradores, o que reforça o intuito hediondo do criminoso."

No dia 14 de maio, a Procuradoria-Geral da República determinou a instauração de um procedimento administrativo para acompanhar a apuração de tentativas de ataques cibernéticos a membros do Ministério Público Federal, sobretudo procuradores que integram a força-tarefa Lava Jato.

No âmbito da PGR, foram ainda determinadas providências à Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação (STIC) 'no sentido de diagnosticar eventuais ataques e resolver o problema de forma definitiva'.

"As investigações nos diversos âmbitos prosseguem."

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