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Lava Jato denuncia operador do PSDB por lavagem de US$ 400 mil

Força-tarefa acusa ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza por supostas movimentações financeiras no exterior, com auxílio do doleiro Rodrigo Tacla Duran; Procuradores também pedem que seja expedido novo decreto de prisão contra o engenheiro, que está em preventiva desde fevereiro

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Por Luiz Vassallo , Ricardo Brandt e e Fausto Macedo
Atualização:

Paulo Vieira de Souza. Foto: Robson Fernandjes/Estadão

A força-tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná denunciou, mais uma vez, o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, pelo crime de lavagem de dinheiro. Nesta acusação, referente a fatos de 2016, ele teria feito movimentações de US$ 400 mil, com o uso de contas no exterior, e auxílio do doleiro Rodrigo Tacla Duran. Procuradores também pedem que seja expedido novo decreto de prisão contra o suposto operador do PSDB.

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Vieira de Souza já está condenado à mais alta pena da história da Lava Jato: Maria Isabel do Prado, da 5.ª Vara Federal de São Paulo, impôs a ele 145 anos e oito meses de prisão por peculato de R$ 7,7 milhões na Dersa. Ele também foi sentenciado a 27 anos e 8 dias por crimes de cartel e fraude em São Paulo.

Apesar de sentenciado em São Paulo, ele está preso desde 19 de fevereiro, no âmbito da Operação Lava Jato no Paraná, onde já foi denunciado também por lavagem de R$ 100 milhões - o dinheiro teria abastecido o departamento de propinas da Odebrecht, com o fim de pagar propinas a ex-diretores da Petrobrás. Ele está sob suspeita de operar propinas para políticos do PSDB.

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Segundo a força-tarefa, 'o aprofundamento da investigação revelou que, em 23 de maio de 2016, o ex-diretor da Dersa transferiu a quantia de sua conta na Suíça, mantida no nome da offshore Groupe Nantes, para a conta titularizada pela offshore Prime Cheer Ktd., mantida em instituição financeira sediada em Hong Kong e controlada pelo doleiro Wu-Yu Sheng, que atuava em conjunto com o operador financeiro Rodrigo Tacla Duran'.

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"Para a internalização do valor, houve uma operação de dólar-cabo invertida: disponibilizados os US$ 400 mil no exterior à dupla de doleiros Wu-Yu e Tacla Duran, este último realizou quatro entregas em maio e junho de 2016 do valor equivalente em reais no Brasil a Paulo Vieira de Souza", afirma o Ministério Público Federal.

Segundo a Lava Jato, as 'operações foram registradas em detalhe por Paulo Vieira de Souza em seu celular como "Grude - OK Rui Rei", sendo "Rui Rei" um dos codinomes utilizados pelo operador Rodrigo Tacla Duran, como admitido por ele próprio perante CPMI do Congresso Nacional'. "Nas anotações realizadas em maio e junho de 2016, Paulo Vieira de Souza fez constar a taxa de conversão dos US$ 400 mil repassados no exterior e os valores das quatro operações de entrega dos valores em reais no Brasil, por Rodrigo Tacla Duran: R$ 400 mil, R$ 400 mil, R$ 450 mil e R$ 130 mil".

"Na cota da denúncia a força-tarefa do MPF/PR requereu à Justiça, com base em novas informações e provas recebidas via cooperação internacional, a decretação de nova prisão cautelar de Paulo Vieira de Souza", afirma a força-tarefa.

Segundo a Lava Jato, ficou 'evidenciado que, em liberdade, o operador persistiu dissipando o seu patrimônio obtido ilicitamente a partir da conta bancária que abriu no Deltec Bank and Trust Limited, nas Bahamas, para onde foram enviados, no início de 2017, cerca de US$ 34 milhões que antes mantinha na Suíça. A partir da nova conta em Bahamas, foram realizadas ao menos sete transferências, entre 2017 a 2019, que somaram mais de US$ 5 milhões, conforme discriminado na peça acusatória'.

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