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Lava Jato denuncia à Justiça André Vargas, Pedro Corrêa e Argôlo

Também é acusada Aline Corrêa, filha de Pedro Corrêa; eles são os primeiros políticos envolvidos no esquema de corrupção e propinas na Petrobrás formalmente denunciados pelo Ministério Público Federal

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Por Redação
Atualização:

Da esquerda para a direita os ex-deputados André Vargas (sem partido), Pedro Corrêa (PP-PE) e Luiz Argôlo (SD-BA) Montagem: Estadão Foto: Estadão

Atualizada às 17h54

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Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba

A força-tarefa da Operação Lava Jato denunciou criminalmente à Justiça Federal os ex-deputados Pedro Corrêa (PP/PE), Luiz Argôlo (SD/BA) e André Vargas (ex-PT/PR). São os primeiros políticos envolvidos no esquema de corrupção e propinas na Petrobrás formalmente denunciados pelo Ministério Público Federal. A filha de Pedro Corrêa, ex-deputada Aline Corrêa (PP-PE) também foi denunciada. Ao todo, 13 pessoas foram denunciadas.

 Foto: Estadão

"Hoje é um dia emblemático, porque fechamos um ciclo e entramos pela primeira vez no núcleo político do esquema com as denúncias do ex-deputados", disse o procurador Deltan Dallagnol.

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Dos 13 denunciados, 10 são acusados pela primeira vez - além dos quatro ex-deputados federais fazem parte da lista de denunciados 3 operadores financeiros e 6 pessoas ligadas aos políticos. Eles foram denunciados formalmente por corrupção (pena mínima de 2 anos de prisão e máxima de 12 anos), lavagem de dinheiro (mínima de 4 anos e máxima de 16 anos e 8 meses de prisão), organização criminosa (mínima de 3 anos e máxima de 13 anos e 4 meses de prisão) e peculato (mínima de 2 anos, máxima de 12 anos de prisão).

A denúncia contra André Vargas, ex-secretário de Comunicação do PT e ex-vice líder do partido na Câmara, sustenta que ele foi beneficiário de propinas no âmbito de dois contratos de publicidade - em agosto de 2008 e abril de 2014 - com a Caixa Econômica Federal que somaram R$ 968 milhões, incluindo aditivos, e em um contrato com o Ministério da Saúde, no valor de R$ 120 milhões, de 31 de dezembro de 2010.

Segundo o procurador Paulo Roberto Galvão, Luiz Argôlo passou a ser quase sócio nos negócios ilícitos e a ter favorecimentos nos repasses do PP. O ex-deputado foi denunciado pela prática de 10 atos de corrupção e 93 atos de peculato. Segundo a Procuradoria da República, Argôlo visitou 78 vezes o doleiro Alberto Youssef, personagem central da Operação Lava Jato. Pelo menos 40 viagens de Argôlo foram bancadas com recursos públicos da Câmara dos Deputados.

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Rafael Ângulo foi denunciado pela primeira vez, por ter feito 3 entregas de valores a Argôlo.

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Pedro Corrêa foi denunciado por 280 atos de corrupção, 568 atos de lavagem de dinheiro e 123 atos de peculato. Ele não foi denunciado por organização criminosa porque o Supremo Tribunal Federal abriu procedimento específico sobre esse tipo de infração envolvendo o ex-deputado com outros políticos, ainda no exercício do mandato parlamentar. A força-tarefa afirma também que Pedro Corrêateve uma funcionária fantasma de nome Renasci. 

Corrêa, Argôlo e Vargas foram presos pela Polícia Federal no início de abril. No início desta semana, a PF concluiu os inquéritos sobre a conduta dos ex-parlamentares e os indiciou pelos crimes de corrupção, fraude a licitações, lavagem de dinheiro, organização criminosa e outros delitos.

O advogado de Luiz Argôlo, Pedro Ricardo Scavuzzi,e o advogado Marlus Arns, que defende Ricardo Hoffmann, informaram que só vão se manifestar após lerem a denúncia.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE PEDRO CORRÊA.

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"O deputado vai prestar as declarações dele, no momento oportuno, quando forem realizados os depoimentos dele na Polícia Federal e principalmente perante o juízo. O deputado já afirma que não fará nenhuma delação e nega qualquer tipo de acusação contra ele.", disse o advogado Marcus Vinícius Bernardes.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE RAFAEL ÂNGULO.

Procurado, o advogado André Luiz Pontarolli, que defende Rafael Ângulo, afirmou que tomou conhecimento da denúncia pela imprensa e que não poderia se manifestar, pois ainda não teve acesso aos termos da acusação.

VEJA QUEM SÃO OS DENUNCIADOS

André Vargas (ex-deputado)

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Leon Vargas (irmão de André Vargas)

Milton Vargas (irmão de André Vargas)

Ricardo Hoffmann (publicitário)

Pedro Corrêa (ex-deputado)

Ivan Vernon (ex-assessor de Pedro Corrêa)

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Márcia Danzi (nora de Pedro Corrêa)

Aline Corrêa (ex-deputada, filha de Pedro Corrêa)

Alberto Youssef (doleiro)

Rafael Ângulo (carregador de dinheiro de Youssef)

Fábio Corrêa (advogado, filho de Pedro Corrêa)

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Luiz Argôlo (ex-deputado)

Carlos Alberto Costa (ex-funcionário de Pedro Corrêa)

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