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Laurence processa por difamação testemunha chave da Pedra no Caminho

Batizada inicialmente de On The Rocks, a Operação Pedra no Caminho tem como um de seus pilares um testemunho de João Bosco Gomides, funcionário de empresa ligada à construção do Trecho Norte do Rodoanel, que procurou a PF para narrar as irregularidades; ex-secretário de Transportes afirma ter sido difamado por ele em mensagens

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Por Fabio Leite e Luiz Vassallo
Atualização:

Laurence Casagrande. - Foto: JB NETO / AE

Denunciado na Lava Jato de São Paulo por supostos desvios no Rodoanel Trecho Norte, o ex-secretário de Logística e Transportes Laurence Casagrande Lourenço acusa uma das testemunhas chave da investigação de difamação e obteve o bloqueio de bens dela no valor de R$ 10 mil na Justiça Estadual.

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A acusação mira fraudes nas licitações dos lotes 1, 2 e 3 do trecho norte do Rodoanel. Oito denunciados são ligados à Dersa e quatro são funcionários de construtoras responsáveis pelos lotes - OAS, Mendes Júnior e Isolux. Todos foram alvos da Operação Pedra no Caminho, deflagrada em 21 de junho.

Batizada inicialmente de On The Rocks, a Operação Pedra no Caminho tem como um de seus pilares um testemunho de João Bosco Gomides, funcionário de empresa ligada à construção do Trecho Norte do Rodoanel, que procurou a PF para narrar as irregularidades.

Na avaliação da procuradora Thaméa Danelon, da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo, a denúncia de João e de Emílio Urbano Squarcina, ex-gerente de Obras da Dersa, 'agilizou o início das investigações'.

"Se, por um lado, a gente sabe que tem uma impunidade desenfreada, que tem pessoas que não se intimidam com os processos que estão em andamento, é bom salientar que tem pessoas que não concordam com essas práticas e a importância que essas pessoas cheguem aos órgãos de investigação, a PF e o MPF, faz com que nós possamos trabalhar em conjunto e ter um resultado mais efetivo e interromper uma prática que está em andamento", afirmou.

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Para Anamara Osório, Emilio e João 'são pessoas que acreditam na Justiça brasileira'.

Laurence processou Gomides em 2017. Ele pedia indenização a título de danos morais afirmando que João Bosco 'encaminhou mensagens, de fevereiro de 2015 a 18 de maio de 2017, à imprensa, jornalistas, autoridade públicas e ao Banco Interamericano de Desenvolvimento, ofendendo o réu, chamando-o de corrupto, ditador, assassino, ladrão'.

De acordo com a ação de Laurence, ele 'também postou conteúdos difamatórios e caluniosos contra o autor, no Facebook, afirmando que as pessoas envolvidas com a implantação do projeto Rodoanel são incapazes para tanto e são orientadas por interesses próprios'.

"O DITADOR Laurence Casagrande Lourenço presidente da DERSA o homem forte da FACÇÃO TERRORISTA DO GOVERNADOR GERALDO ALCKMIN", "Fale com a Dra para convidar o Governador Geraldo Alckmin, Saulo de a Castra Abriu Filho Laurence Casagrande Lourenço: Pedrada Salva, Emílio Urbano Squarcina, Cláudio Matarazzo, Disney Rosseti, João Luiz, Katina, Cardos, Aloysio Nunes Ferreira Filho, Carmen Lucia, Deltan Dallagol, chega de covardia e ameaças, vamos fazer uma juntada com os ladrões do erário do MPF.SP", diziam as mensagens.

Em análise preliminar, o magistrado acolheu o pedido. "Nesta análise perfunctória, verifica-se que o conteúdo das mensagens não seriam apenas de crítica, mas teriam "a priori" o condão de atingir a honra do autor. Assim, DEFIRO o pedido de tutela, para que o réu se abstenha de enviar mensagens eletrônicas ou correspondências com conteúdo difamatório a respeito do autor, a partir da intimação da presente, sob pena de multa diária de R$ 500,00, até o limite de R$ 10.000,00".

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